terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Clássicos 24 - "A Nuvem do Não-Saber"

(Primeiro parágrafo) “Meu amigo espiritual no Senhor, desejo levar-te a compreender que existem, segundo o modo de ver grosseiro que é o meu, quatro graus ou tipos de vida cristã, a saber: comum, especial, singular e perfeito. Três destes começam e acabam neste mundo; o quarto pode, por graça de deus, começar aqui, mas durará para todo o sempre, na bem-aventurança celeste. E assim como tos apresento aqui por ordem, um após outro – primeiro o comum, depois o especial, em seguida o singular e finalmente o perfeito -, assim também me parece que, pela mesma ordem e sucessão, nosso Senhor, na sua infinita misericórdia, te chamou e conduziu a Si, pelo desejo do teu coração”.

A nuvem do não-saber | Anónimo do séc. XIV | Assírio & Alvim | 2006 | 200 páginas | Prefácio de José Mattoso | Tradução e notas de Lino Correia Marques de Miranda Moreira, o.s.b.

Escreve Mattoso no Prefácio deste livro: “O título, na sua simplicidade, sugere qualquer coisa de esotérico e, por isso, também atrai não poucos leitores que andam sempre à procura de segredos ocultos e poderes invisíveis, pessoas inquietas e de curiosidade insaciável, que tudo experimentam mas em nada se demoram. Todavia, quando se folheiam as suas páginas, descobre-se um texto simples, directo, coloquial, que fala de Deus e da oração, e que, à primeira vista, se pode, até, tomar por uma obra devota como muitas outras do mesmo género, escritas para edificar o leitor sem recursos complicados, eventualmente susceptível de ser lida quase como entretenimento”. Os leitores mais atentos, porém, descobrem palavras e frases pouco vulgares, recomendações contra “ilusões enganadoras” e “numerosos desvios”, que indicam uma autenticidade e um caminho para Deus.

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