quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Edward Schillebeeckx. Ecos de uma conferência em Lisboa - 1

Edward Schillebeeckx (Antuérpia, 12 de Novembro de 1914 – Nimega, 23 de Dezembro de 2009), esteve pelo menos uma vez em Portugal. Em Abril de 1966 proferiu em Lisboa uma conferência para os assinantes da revista “Concilium”, que nessa altura tinha uma edição em português de Portugal (agora, a versão em português é publicada a partir do Brasil).

A conferência, sobre a secularização e o aparente ocultamento de Deus, foi publicada nos “Cadernos o Tempo e o Modo”, cujo número 3 teve como tema “Deus o que é?”.

O artigo que resultou da conferência é verdadeiramente espantoso. E actual, passados mais de 40 anos. Começa assim:

“No reinado de Filipe II de Espanha, foi submetido às autoridade o projecto de tornar navegáveis o Tejo e o Manzanares, com o fim de melhorar as condições de vida de algumas populações isoladas. A comissão governamental opôs-se. Reconhecia que a situações dessas populações era difícil e até insuportável, mas punha de lado o projecto, porque «se Deus tivesse querido que esses rios fossem navegáveis, com uma só palavra sua o teria conseguido. Isso seria portanto intrometer-se de modo ilegítimo nos direitos da Providência, tentando melhorar o que, por motivos insondáveis, ela tinha deixado incompleto».

Este episódio traduz uma mentalidade que pertence sem dúvida ao passado, mas que ainda subsiste nos nossos dias sob formas mais subtis. É conhecido o dito espirituoso: «A fé, a esperança e a caridade permanecem, mas a maior das três é a ordem estabelecida»”.

Regressarei ao artigo de 1966. Talvez já em 2010.

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