A questão do casamento homossexual não é consensual, mesmo dentro da Igreja católica, apesar de alguma uniformidade que possa socialmente prevalecer. De qualquer forma, há uma série de equívocos nas afirmações de quem rebate as posições da Igreja.
O artigo de Mário Vieira de Carvalho, no “Público” de ontem (15-11-2009), é um bom exemplo. Podia ser um útil exercício eclesial debater os seus argumentos, um a um. Serviria, também, para alguém que deseja reflectir a partir de uma visão cristã-católica como eu, para perceber como o que a Igreja faz, diz e pensa é interpretado de um modo totalmente diverso do que ela desejaria.
Nesta questão do casamento homossexual, bastará pensar que o que a Igreja diz refere-se não ao casamento católico (que a própria Igreja só permite em determinadas circunstâncias), mas ao casamento civil. Mas é necessário acrescentar que a Igreja sempre quis transmitir à sociedade uma determinada visão social. De certa forma, essa pretensão está nos seus próprios genes. E essa visão fundamenta-se em primeiro lugar na lei natural, aplicável a todos os seres humanos. Quando a Igreja fala para a sociedade não diz: “De acordo com a revelação cristã, nós pensamos que deve ser assim”. Mas antes: “De acordo com a lei natural (princípios que segundo esta própria visão todos poderão aceitar), nós pensamos que deve ser assim”. A relevação cristã vem só num segundo nível. Mas não é nesse que a Igreja se centra essencialmente quando fala para a sociedade.
2 comentários:
Defina "lei natural" e comente. Quem a elaborou e quem a interpreta.
Não há gays católicos, há sim pessoas que tem a sua liberdade de escolha, escolher Jesus Cristo e a Sua Igreja não é concerteza ser gay... ser pessoa no seu estado natural e vocacional nata na pessoa desde que nasce até que morre assim o é em toda a natureza e desde os primórdios, as modas não fazem a cultura.
Enviar um comentário