"Conversão de Paulo", na Capela do Paulina (de Paulo III), no Vaticano
Tiago Cavaco, pastor baptista (e músico panque-roque sob o nome de Tiago Guillul), escreve sobre o Ano Paulino (“dois mil e nove, quis Roma, é ano paulino”) na “Ler” de Setembro (págs. 58-59). Não refere nenhum autor católico, o que talvez nem ficasse mal, porque houve boas edições sobre Paulo em 2008/09 (um exemplo: “Paulo”, de Jerome Murphy-O´Connor, nas Paulinas), mas fala de um autor que, quase de certeza, não é conhecido pelos católicos que estão mais ou menos a par do que se publica: “Paulo de Tarso na Estrada de Damasco”, de Wlater Wagerin, na Presença. 400 páginas “com ritmo e emoção”. “Oferta certa para o leitor sazonal”. “Tem o condão raro de entreter ao mesmo tempo que cristianiza”.
Cavaco faz uma observação curiosa: “A iniciativa vaticana de declarar 2009 ano paulino pode suscitar o cinismo protestante. Não foi a leitura de Paulo uma porta de saída de Roma”. Foi. Mas as comunidades católicas, como facilmente terá constatado quem as frequenta, não lidaram em 2008/09 com o Paulo da fé e da inovação, mas antes com o Paulo missionário e criador de comunidades. E Roma devia prever isso. Paulo não fez mossas. E logo a seguir veio o Ano Sacerdotal. Onde é que já vai Paulo?
Paulo faz sentido por causa daquele que lhe trocou as voltas à vida. Fica o apelo do pastor: “É avançar sem medo. Para os versículos severos e para os arrebatamentos poéticos. É obedecer à universalidade e compreender o regionalismo. É deixar o Apóstolo cantar e ralhar connosco. E sobretudo, nunca cair no erro de optar pelo Paulo que convém às tendências da época (todos sabemos que é Paulo que escolhe os seus leitores e nunca o oposto, numa preciosa explicação da doutrina da predestinação). É fazer de 2009 o ano do início de uma grande amizade”.
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