(Primeira parágrafo do “Tratado do Discernimento”, o primeiro texto desta obra:) “A verdadeira e perfeita obediência é a virtude entre todas as virtudes, e nenhuma obra, por muito grandiosa que seja, poderá acontecer ou ser realizada sem esta virtude; no entanto, por muito pequena e insignificante que uma obra seja, ela será mais útil se for feita em verdadeira obediência, seja ela ler a missa ou ouvi-la, orar, contemplar, qualquer coisa que queiras imaginar. Por outro lado, toma uma actividade, a mais humilde que te aprouver, seja ela qual for: a verdadeira obediência consegue sempre o melhor em todas as coisas. Verdadeiramente, a obediência faz-te mais nobre e melhor. A obediência consegue sempre o melhor em todas as coisas. Verdadeiramente, a obediência nunca perturba nem impede aquilo que alguém faça, nada que provenha da verdadeira obediência; ela não descuida nada do que é bom. A obediência não precisa nunca de se preocupar, não lhe falta qualquer bem”.
Tratados e Sermões | Mestre Eckhart | Traduzido do original alemão por Jorge Telles Menezes | Ed. Paulinas | 2009 | 328 páginas
Mestre Eckhart (1260-1328), teólogo, filósofo e pregador dominicano. Nasceu na região alemã da Turíngia e terá morrido em Avinhão, mas não se conhece o seu túmulo. Escreve Fr. José Luís Monteiro, dominicano como o místico alemão, na Introdução: “Muitas questões foram colocadas sobre a ortodoxia e sobre o processo feito a Eckhart, inicialmente na cidade de Colónia, e, em seguida, em Avinhão. A sua linguagem paradoxal, linguagem de um teólogo, poeta e místico, vai o mais longe possível na elaboração da inteligência e da compreensão do mistério de Deus. Eckhart tem uma confiança quase ilimitada na potência do verbo” (pág. 21).
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