D. Eneias (futuro Pio II) no casamento de Frederico da Germânia
com Leonor de Portugal
Pio II, o humanista, disse: “Deixem ficar Enea; sigam Pio” (“Aeneam reicite, Pium recipite”). Mas quem foi este humanista, Eneias Sílvio, referido por Bento XVI (ver livro abaixo)?
Enea Silvio Piccolomini (1405 – 1464) morreu num dia 14 de Agosto (outra fonte diz que foi a 15), há 545 anos. A Wikipedia diz que foi o único Papa a escrever uma autobiografia, “Comentários” (e João Paulo II? Não escreveu uma autobiografia em três volumes?), e que “reurbanizou” a sua cidade natal, antes Corsignano, hoje Pienza (perto de Siena), em honra de Pio.
Noutra fonte li que, ainda bispo, Eneias tratou do casamento de Frederico III da Germânia com D. Leonor de Portugal. O casamento da filha de D. Duarte foi em 1451. Deste casamento nasceu Maximiliano I, avô de Carlos V.
E que Pio II canonizou Catarina de Sena.
Não encontrei nada de relevante sobre o seu gosto pelo saber e pelas letras, mas tal deve-se aos meus exíguos meios de pesquisa: a net e uma breve história do papado. Contudo, o “Esqueçam Eneias, sigam Pio” parece dever-se não ao seu humanismo mas às suas posições enquanto teólogo. Eneias Sílvio era um conciliarista (corrente que dizia mais ou menos isto: “o concílio manda mais do que o Papa” e que viria a entrar nos protestantismos) e apoiara o antipapa Félix V (o último antipapa), mas mais tarde, já papa, excomunga quem apelar ao concílio contra as decisões da Santa Sé. É o fim do conciliarismo (a infalibilidade papal, no séc. XIX, será o corolário desta discussão).
Curiosidade: Com Nicolau de Cusa delineou um plano de reforma que não chegou a ser posto em prática.
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