Anselmo Borges escreve no DN de sábado sobre a busca de sentido e a sua relação com a religião. O texto inteiro está aqui, mas se quisermos apenas um parágrafo, fiquemos com este:
“O Homem é por natureza o ser da transcendência: nunca se contenta com o dado e está sempre para lá de si e de toda a meta alcançada. Vive inclusivamente um desnível insuperável entre o que faz e realiza e a aspiração inesgotável a realizar-se sempre mais. Vai, portanto, caminhando de sentido em sentido, mas só encontraria satisfação total no Bem Sumo enquanto sentido de todos os sentidos, isto é, o sentido último e global. Aí está a razão por que não pode deixar de pôr a questão de Deus, independentemente da resposta que lhe dê, pois ela é intrínseca ao dinamismo do ser Homem”.
Bento Domingues, por seu turno, interroga-se hoje sobre se a “Caritas in Veritate” traz algo de novo. Depois de umas pinceladas sobre a história da doutrina social da Igreja e de realçar que economia e ética são inseparáveis (ou melhor, devem ser inseparáveis), escreve:
“Não toquei, nem ao de leve, na maioria dos temas abordados nesta encíclica. Desejo-lhe muitos leitores e muito debate. O que ela trouxe de novo é atenção nova a problemas novos e que exigem, como diz A. Maalouf, “uma visão totalmente diferente da política, da economia, do trabalho, do progresso, da identidade, da cultura, da religião, da História” e também da teologia.