segunda-feira, 22 de junho de 2009

Heresia e profecia

Na “análise iconoclasta” do cristianismo (a expressão é do “Nouvel Observateur” – na contracapa) que Slavoj Zizek faz em “A Marioneta e o Anão”, a religião tem dois papéis possíveis, no “quadro da nova ordem mundial” que é a globalização: “ou ajuda os indivíduos a funcionar cada vez melhor na ordem existente, ou procura afirmar-se como uma instância crítica e dizer o que está errado nessa ordem como tal, ou seja, enquanto espaço aberto às vozes contestatárias – neste último caso, a religião tende a assumir, como tal, o papel de uma heresia”.

Na verdade, neste parágrafo da instrodução de uma obra que pretende denunciar as “tendências perversas do cristianismo”, o filósofo esloveno não diz nada que ainda não tenha sido dito. Aliás, em linguagem mais pró-eclesial, no campo do cristianismo, dir-se-ia que esta fé terá sempre dois papéis: ser conferidor de sentido às existências individuais e colectivas e assumir-se como instância profética. Por outras palavras, orientação num mundo confuso e desejo de transformação desse mundo. Aquilo que Zizek refere ser um papel de heresia sempre na igreja foi reconhecido como profecia.

Há um sínodo?

O sínodo que está a decorrer em Roma é de uma probreza que nem franciscana é. Ou há lá coisas muito interessantes que não saem para fora ou ...