quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Duas frases de Pascal para abrir

Há dias, uma frase de Pascal. Inesperada, pelo menos para mim:
"O tempo cura as dores e as querelas, pois mudamos: já não somos a mesma pessoa. Ele já não ama esta pessoa que amava há dez anos. É isso: ela já não é a mesma, e ele também não. Ele era jovem, ela também; ela agora é totalmente diferente. Talvez ele ainda a amasse se ela fosse como era."
(Daqui.)

Outra hoje, embora me pareça mais pascalina:
O último ato é violento, não importante quão refinado é o resto da peça. Atiram-nos terra para cima da cabeça, e ele acabou para sempre.

2 comentários:

Anónimo disse...

Nunca fomos nem somos a “mesma pessoa” que expomos nas calçadas da vida, apenas nos adaptamos às condicionantes e às intemporalidades envelhecidas do ser que vive na fuga constante das suas incertezas, mascarando-se apenas do “pó de arroz” das presunções do ser, até que a terra um dia nos roube definitivamente as certezas! Resumindo, somos simples actores no palco da vida, (alguns conseguem desempenhar excelentemente o seu papel)…!

E esse amor que por aí tanto falam, e que supostamente devotamos as outros, não passa de uma ode ao nosso próprio egoísmo que vive prenhe dessas necessidades que lhe preenchem e lhe acariciam o ego! Gritem… gritem… mas a verdade é simples: o homem não passa de ser apenas um perfeito egoísta! Retirem-lhe o “amor correspondido” ou “reconhecido”, e logo verão como aparecem num ápice as “garras” do animal racional…

Anónimo disse...

… ou melhor… até que a terra nos lave um dia a cara definitivamente dessas camadas e camadas de “pó de arroz”! Aí, então voltaremos a ser o ser humano verdadeiro que existia dentro de nós, e que sempre escondemos de todos…! Somos uns “tontos”... nem VIVER sabemos, embora afirmemos sempre o contrário…!

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