segunda-feira, 30 de junho de 2014

Os bispos e o sofrimento

Mais um bispo ao lado dos que sofrem (li e na Ecclesia). Estão todos ao lado dos que sofrem. Ainda não vi nenhum que dissesse que não está ao lado dos que sofrem. Mas se estão mesmo, emitam bem o não estar. Nota-se pouco, tirando um caso ou outro (como aquele que cumprimentou a romena que pedia à porta da sé, quando todos, eu incluído, nunca lhe dei a mão - mas serviu de lição), mesmo que vivam na simplicidade, como vive a grande maioria.

E por falar em bispos, vivendo numa diocese vacante, garantira-me ontem, com nomes e datas, que já houve um nomeado para Aveiro. Era auxiliar. O titular da diocese de que era e é auxiliar simplesmente disse: "Não". E, portanto, começou tudo do zero. Até lá para dezembro. Uma vergonha para quem quer que sejam os responsáveis.

35 comentários:

Miguel disse...

Jorge, acredita mesmo, que aqueles que carregam um profundo défice de autocrítica e autoindulgência, e apenas aspiram a ter um monopólio sobre o humano e o divino, estarão mesmo preocupados em mergulhar com as suas vidas nas valetas da humanidade sofrida! Contam-se pelos dedos os poucos e poucas que fazem parte desse grupo de samaritanos dos caminhos da Igreja de hoje… e esses, meu caro, passam bem sem esses ambientes bajuladores dos mídia que vai alimentando os egos de muita dessa gente que se diz humilde e serva de Jesus, mas que não dispensam a caricia egocêntrica e o aplauso e reconhecimento da praça pública! … as pessoas não são cegas… a vida fala mais do que todas as palavras e discursos…, a crise da Igreja tem a ver com TESTEMUNHO..!

Um pormenor sobre a sua preocupação com a cadeira do bispo agora vazia da sua diocese! Mas a vida das comunidades cristãs nessa diocese não tem prosseguido o seu ritmo?!!! Os que foram chamados a servir nesses espaços não são adultos e não conseguem apoiar-se e caminhar juntos com a ajuda de todos os paroquianos…! Mas quando é que chegará o dia em que as comunidades cristãs se libertarão desse síndroma da orfandade do cajado!

Anónimo disse...

se já aboliram os governadores civis por imposição da troika para ter déficit controlado tv se deva seguir o exemplo

Anónimo disse...

Nao acredito q aqueles q passam a vida a dizer mal de tudo e de todos sejam melhores e façam mais. Antes pelo contrario sempre fui desconfiando desses e a vida foi-me dando razao
Jacome

Miguel disse...

Jacome, por acaso disse alguma inverdade? Essa velha tática, de lançar no ar a suspeição, procurando assim diminuir a credibilidade do outro lado que nos confronta com a realidade, já não engana ninguém que ande aqui com alguma seriedade! Repare que o caro não escreveu nada sobre o tema, nem que fosse para abrir espaços em busca do bem comum na Igreja… a sua única preocupação foi a negação dissimulada, nessa argumentação ad hominem, indignamente rasteira e falaciosa!

Anónimo disse...

então Miguel aconselho-o a reler o seu comentário inicial em q você depois de lançar lama sobre os bispos e a figura ou a necessidade de existencia de pastores, dando essas suas suas verdades por assumidas, você pergunta:
'Jacome, por acaso disse alguma inverdade? Essa velha tática, de lançar no ar a suspeição, procurando assim diminuir a credibilidade do outro lado que nos confronta com a realidade'

depois desta sua afirmação percebi tudo e percebi tb que você é 'dono da verdade', por isso deixo-lhe duas frases de Chesterton:

“Louco não é o homem que perdeu a razão. Louco é o homem que perdeu tudo menos a razão.”

“Os homens que realmente acreditam em si mesmos estão todos em asilos de loucos.”

Miguel infelizmente e vai-me desculpar a minha franqueza mas não consigo confiar em si, sinto que você serpenteia misturando tiradas verdadeiras com tiradas venenosas q apenas visam denegrir e amaldiçoar a Igreja, aliás parece-me que o perfume que também destila serve apenas para preparar o veneno.

Jacome

Miguel disse...
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Miguel disse...

Jacome, (salto a parte dos insultos), olhe, não vou arrastar-me numa discussão com quem não deseja ver o óbvio... é que eu não tenho mesmo que lhe provar nada, os factos estão aí bem patentes na praça pública… e nem é preciso “denunciá-los”, são aqueles que se expõem à luz das camaras dos mídia, que se denunciam a si mesmos… agora, que cada um tire as suas ilações…

Sobre a questão dos bispos: Jesus quando enviou os discípulos, enviou-os a “fazer” discípulos, ou enviou-os a fazer bispos e toda essa pirâmide de hierarquias que só complicam ainda mais a vida das comunidades…! Certamente que as comunidades necessitam de alguém que assuma o serviço da liderança (liderar não é mandar nem impor)… e são elas, as próprias comunidades na liberdade do espírito, que devem fazer essa escolha dentro da sua própria gente (diocese)… e não estarem sujeitas à imposição de um desses paraquedistas episcopus, que ali aterra, atirado por um qualquer burocrata purpurado do vaticano, e pior ainda, na maior parte dos casos, gente que nem sequer carrega algum vinculo natural com esses lugar nem com as suas gentes… desconhecendo completamente as realidades e as necessidades dessas comunidades!

Vai continuar a dizer que isto é “denegrir e amaldiçoar a Igreja” !

Anónimo disse...

Há bispos e Bispos, tal como há leigos e leigos, apesar de podermos e devermos analisar e reflectir sobre as atitudes e acções dos nossos pastores, julgo não nos ser lícito julgar. Ademais quando esse julgamento é feito de “forma geral”, “generalizando” (passe a redundância) e aplicado ao todo. Que se possa julgar uma situação em concreto, se em posse de todos os dados que permitam um juízo justo, nada a opor, agora julgar de forma leviana não me parece a melhor atitude, julgo que nestes casos se deve aplicar a máxima “…não julgueis para não serdes julgados…”.

Julgo que a forma de eleição dos bispos poderia (e devia) ser reavaliada, até porque o D. Rino Passigato não tem sabido conduzir estas eleições da maneira mais correta [ (e parece-me que tem objectivos “ocultos”…) sim estou a fazer juízos, mas sei do que falo, não devo é falar o que sei.] mas os bispos são os pastores por excelência, para alem das funções de gestão da diocese, são o elo de união através do qual estamos unidos á Igreja de Roma e ao Papa e consequentemente unidos ás outras igrejas. Uma diocese sem bispo desmembrar-se-ia. Somos uma igreja apostólica, os bispos são de certa forma os representantes dos apóstolos, estes ordenaram sucessores, que foram ordenando sucessores até aos dias de hoje, assim fazendo o caminho inverso, partindo de um bispo, chegamos ao que o ordenou e de forma sucessiva chegamos a um dos apóstolos. O facto de existir um bispo não significa que as ovelhas não sejam adultas, responsáveis e capazes de caminhar juntas, mas sem pastor não temos rebanho…

José Pinto

Miguel disse...

Então, em que é que ficamos caro José Pinto! Começa por dizer que “podermos e devermos analisar e reflectir sobre as atitudes e acções dos nossos pastores” para logo de seguida desconsiderar o meu comentário, classificando-a como “juízos”! E acha mesmo que a situação não é “geral”, salvo raras exceções, que são sobejamente conhecidas! Não estou a falar de vidas pessoais e intimas, não confunda, estou a referir-me aos comportamentos que extravasam para o exterior, a realidade dessas vidas que estão mais preocupados em manterem os status quo, gente que se coloca acima de qualquer escrutínio dos seus próprios irmãos sacerdotes na dioceses, os mesmos sacerdotes sobre quem depois decidem e mandam, sem apelo nem agravo.. já para não falar do silêncio e do desprezo já por demais conhecido, quando as comunidades procuram, que este mude a sua decisão, decisão essa que nunca teve em conta a opinião dos fieis das paróquias!

José Pinto, não entendo porque é que estes temas não podem ser criticados ou questionados! Não são os próprios bispos, os primeiros a produzir uma data de juízos sobre a vida das pessoas e o seu agir! E ainda por cima não se limitando às “fronteiras” do seu espaço religioso! Acha que é leviana a minha afirmação de que tais irmãos: aspiram a ter um monopólio sobre o humano e o divino! Sejamos minimamente sérios pf. Poderá contestar dizendo que o “discurso” desses irmãos mudou muito! Balelas… o que aconteceu na verdade foi uma mudança quanto à forma, isso sim, mas os conteúdos continuam a ser os mesmos!

Miguel disse...
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Miguel disse...

Já agora, José Pinto… não sabia eu que os sacerdotes tinham passado a ser as gatas borralheiras dos passos episcopais e das dioceses!!! Então o discípulo, também usa galões como na tropa..! Eu percebo que a casa ficou mais “arrumada” com uma organização clonada do templo e da sociedade judaica e depois aperfeiçoada e imposta como oficial com o Império de Constantino, mas não lembra a ninguém minimamente sério, afirmar que tal caminho dos homens e dessas linhagens apostólicas” seja criação ou ordenança de Jesus! E logo Ele que nunca se preocupou em fundar ou mandar fundar alguma comunidade ou diocese,.. a única palavra que lhe ouvimos aos discípulos é IDE e Anunciai.. e fazei Discípulos…! Penso que não é preciso colocar aqui a definição e o significado da palavra “discípulo”…!

Miguel disse...
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Anónimo disse...

Ó sr Pinto, que delícia o seu texto!
Um delírio... Há muito tempo que não me divertia tanto a ler. Fico muito grato. Então "sem pastor não temos rebanho…"?
Ora ainda bem, pelo menos para mim, que não sou gado. Já V. Exª,pelo forma como expõe os seus pontos de vista, parece gostar de ser conduzido...

Anónimo disse...

Daqui a alguns minutos sai a nomeação de D. António Moiteiro para bispo de Aveiro. Até que enfim... Parabéns pela nomeação.

Anónimo disse...

Daqui a alguns minutos sai a nomeação de D. António Moiteiro para bispo de Aveiro. Até que enfim... Parabéns pela nomeação.

Anónimo disse...

Estava enganado Jorge. Mas valia ter ficado calado. Moiteiro para Aveiro.

Anónimo disse...

Então Jorge? O seu silêncio sobre tudo isto é sintomático.

Miguel disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Miguel disse...

Ò amigo das 11:52 da manhã/ realmente, como dizia o outro: “tudo isto” é fado, e do mais triste, que escreveu algum autor adoecido! Mudam-se os rostos, os lençóis e as toalhas da mesa dos palácios episcopais, mas o cajado e a presença do poder absoluto continua, sobre um punhado de gente boa que entregou-se como cordeiros, à força do cajado, que na continuidade absurda de um qualquer favor celestial, apela a si mesmo a faculdade de decidir dessas vidas como se tratassem de seres sem rosto nem autonomia capaz de se sustentar e viver a liberdade do espírito por si mesma…! Realmente, meu caro, que mais haverá a dizer!

Sabe, o que é “sintomático”, é a doença de uma igreja que perpetua tais heranças e legados tão bizarros nos tempos que correm, e também daqueles, que se prestam a tal espetáculo e drama, como actores passivos e activos, nesses enredos copiados de um qualquer império absoluto, que em nada dignificam o ser humano! Que Deus tenha misericórdia de quem chegou, e sobretudo daqueles(as) que ali fazem o seu caminho!

Anónimo disse...

So nao percebo uma coisa: o q impede o Miguel de se põr à estrada para ir ao encontro dos q sofrem? São os bispos? São os 'altares' é a doutrina? Parece-me ser daqueles q passam a vida toda a dizer mal de tudo e de todos e com isso apenas acumulam odio e ressentimento, sentimentos q destroiem por dentro e pouco recomendáveis na relaçao com os outros. Da mesma forma q sempre existirá motivo para desancar nos homens q pertencem à hierarquia da Igreja ( será sempre um terreno fértil), sempre existirão os Marios Oliveiras, os Peters e os Migueis q se babam com isso e dessa forma alimentam o desejo - esse sim perverso - de um povo e de uma 'não Igreja ' à deriva e a mercê dos 'lobos' e dos loucos
Jacome

Miguel disse...

Jacome, já notou que as suas intervenções rodam sempre à volta de uma espécie de vitimização, nessa repetição já gasta desses fantasmas dos ódios e perseguições, que parecem turvar-lhe a visão, quando lê os meus comentários! Porque será que evita responder/contrapor as minhas intervenções sobre a realidade das coisas, nem que seja ao menos para as desmontar, se elas se tratam de inverdades! Não é a função do comentador, comentar! Então! Ou o caro estava à espera que a minha participação, fosse apenas uma espécie de ladainhas de améns intermináveis, só porque faço caminho na Igreja! O que se está aqui a falar, situando-nos no tema lançado pelo Jorge, é sobre a postura dos bispos em relação ao sofrimento, ou não percebeu ainda isso! E é nessa linha que tento intervir, não para “desancar” como diz, mas para ajudar a abrir/encontrar caminhos e soluções! Uma “doença” não se pode curar, se não se perceber/descobrir a causa!

Anónimo disse...

Miguel, não considero ninguém imaculado, nem ninguém acima da critica. Eu em minha casa ou no meu serviço se estiver para aí virado posso passar a vida a mandar tudo abaixo - pois nada é perfeito - e no fim como também eu não sou perfeito autodestruo-me. Mas as coisas imperfeitas não são para destruiir mas antes para refazer e melhorar e isso só se faz com amor. Já reparou que o prório Papa Francisco e tb Bento XVI não deixaram de referir os pecados da Igreja mas sempre numa atitude positiva. Todavia o Miguel tem um 'problema' qq por resolver com a Igreja

já percebi q não gosta de altares nem de pastores nem de doutrina esquecendo-se q ser pastor é ser serviço e não poder, e não é por um mau bispo ou por um mau utilizador do Altar q se vai destruir uma instituição criada por Deus precisamente para dar continuidade à sua Palavra.

A sua atitude não é nova muitos ao longo da História já o tentaram e isso deu os desvios nefastos q a história bem regista. não foi a revolução francesa e a propria revolução comunista uma receita composta por boas virtudes ? (liberdade, fraternidade, igualdade etc) e já reparou também que sempre acabaram em enormes banhos de sangue e terror adulterando as tais virtudes inicialmente proclamadas? Já reparou q mantendo algumas dessas virtudes (todas elas bem cristãs) mas retirando o 'cimento' da doutrina, dos sacramentos, da penitencia - ou seja da Igreja - tudo tem descambado. Não foi o sec XX o séc mais sanguinário e destruidor de sempre e apesar disso o séc q se imaginaria traria o culminar das luzes. Não será isso alheio a um dos grandes objectivos de parte da humanidade nos dois ulimos seculos em combater e anular a Igreja?

Tudo isto para lhe dizer que por mais reais que sejam os casos/exemplos que aqui irá postar sempre que eles surgirem desacompanhados do amor não poderei concordar jamais com essa postura.

dito isto não julgue q me ponho num altar pois também aqui já tenho comentado com pouco ou nenhum amor, mas por isso me penitencio e peço perdão a Deus, pois sempre q isso sucede não é pela Sua voz q estou a falar.
Jacome

Miguel disse...

Jacome

“Só quem se interessa por nós tem a sensibilidade de cuidar de nós, através da “poda”… Precisamos ter sensibilidade para detectar e aceitar o amor que se manifesta em uma multiplicidade de formas e que nos encontra também naquilo que tanto nos desagrada.”
(in Canção Nova)!


Jacome, olhe que eu até não sou nada fã da Canção Nova, mas achei interessante este pedaço de pensamento num dos seus espaços que encontrei por um ocaso! Não vou acrescentar mais nada para não “estragar”!

Jorge Pires Ferreira disse...

Houve aqui um anónimo que disse que o meu silêncio é sintomático. Silêncio de quê? Sintomático de quê?

Em relação ao post inicial, sei do que falo e não estava enganado (tanto quanto não se pode estar enganado quando de trata de afirmações baseadas em fontes e não em conhecimento direto). Se esse anónimo quiser que o esclareça, tenha a frontalidade de me contactar pessoalmente. O mail está por baixo da foto.

Anónimo disse...

Quem é o dono da verdade? O que é a verdade? Será esta universal? Pelo que aqui se lê cada um tem a sua “verdade”, mas o que me preocupa não é o facto de cada um ter a sua verdade, mas o facto de para defender a sua verdade atacar “a verdade” do outro em vez de tentar conhecer a mesma. Não é meu costume criticar, desconsiderar ou impor, a minha reflexão postada há dias não tinha esse objectivo como tal mantenho o que disse. Julgo não ser necessário definir juízo, ou fazer uma explanação sobre o contexto e significado das palavras rebanho e pastor.
Penso que em vez de fazer juízo (segundo o nosso código) devemos descodificar comportamentos e tentar perceber o porquê de determinadas atitudes. Conhecer o outro (no caso em causa o(s) bispo(s) ) ajuda-nos a estabelecer pontes que permitam a ajuda e a evolução mutuas. Contudo não posso concordar com quem defende uma “igreja anárquica”, era isso que teríamos sem a “chamada hierarquia” ou melhor nada teríamos pois a anarquia não é natural (não existe na natureza). Não se deve esquecer que o objectivo da hierarquia não é conferir mais direitos, mas sim mais responsabilidades. Se alguns subvertem esse objectivo, são eles que estão errados não o objectivo em si. Não há discípulos de 1ª e discípulos de 2ª, há sim discípulos com mais ou menos tarefas (com mais ou menos responsabilidades) sendo que todas elas são importantes. Os presbíteros (para os cristãos a palavra sacerdote não é correcta, já que Jesus foi/ é o único sacerdote) os leigos, os consagrados são todos iguais embora de famílias diferentes e com diferentes carismas, todos eles igualmente importantes (complementando-se mutuamente).
Afirmar que Jesus não pretendia formar uma igreja (ou comunidade…) é discutível sobretudo se tivermos em conta a afirmação “tu és Pedro e sobre ti edificarei a minha igreja…”, reparem que esta afirmação que confere “primazia” a Pedro (pedra), não desvaloriza as “outras pedras” da igreja que o Senhor sabe estar “a nascer”.
Quanto ao facto de ser ovelha, no contexto em que escrevi pastor e rebanho, não me importo de ser “gado” quando o pastor segue o Pastor. “ eu sou o Bom Pastor conheço as minhas ovelhas e, elas conhecem-me…”

José Pinto

Miguel disse...

José Pinto, estou de acordo consigo, realmente “devemos descodificar comportamentos e tentar perceber o porquê de determinadas atitudes.” que se desenrolam dentro da Igreja, sobretudo no tema das hierarquias e a razão e os fins a que estas se propoem!

Já agora, sobre a questão da “Pedra”, vai-me desculpar, mas acho que está a fazer-lhe falta ler alguma coisa de St. Agostinho, sobretudo o Sermão XXVI. que tb trata dessa questão que está mais do que clarificada na Palavra, o problema é essas oficinas teológicas que teimam em não parar as máquinas de impressão que imprimem tanto disparate, publicado como Verdade, a tal verdade que tanto o preocupa e que lhe deixo aqui como pista de reflexão:

‘Eles bebiam da pedra espiritual que os acompanhava; e a pedra era Cristo' (1 Cor.10,4).

“Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” (Cor. 3,11)

Miguel disse...

Errata: o último verso é da 1 carta aos Corintios 3,11 e não como escrevi por distracção!

Anónimo disse...

Ande lá Jorge. Não se encolha. Seja franco e admita que a informação que lhe disseram e aqui deu a conhecer era uma patranha.

Anónimo disse...

o Miguel defende uma Igreja anarquica sem doutrina, sem tradição, sem história, sem pastores, sem rebanho etc em que cada um segue um caminho individual tendo a biblia e só a biblia como companheiro. Pergunto-lhe apenas: não será tb a biblia um documento falsificado? Pois sem duvida ele já é tb um documento construido pela Igreja inicial. Não será então melhor seguir apenas Jesus, um Jesus feito à imagem de cada um? e quem lhe garante, quais são as fontes para construir o seu Jesus?

Bom em todo o caso mesmo não concordando com a Igreja respeite a sua existencia e aqueles que a amam e nela querem fazer o seu caminho
Jacome

Miguel disse...

Jacome é precisamente porque amo a Igreja e a respeito, que decidi, mesmo sabendo das “consequências”, que jamais voltaria a fazer o caminho da Fé, sem fazer ao mesmo tempo o caminho da reflexão e do espírito crítico! E, as fontes, (Sagradas Escrituras) é que são a autoridade suprema e divina, que, quero acreditar, a Igreja ainda respeita, escuta e segue, mais do que qualquer tradição, ou aquilo que afirmam as hierarquias ou outras vias! E a bíblia que uso, (Difusora Bíblica/Capuchinhos), não creio que será muito diferente da sua, embora já comece a ser inquietante, a sua insistência sobre erros que são básicos! Meu caro, dúvida disso?! Vejamos então, o que diz Pedro, (não sou eu que o digo!)… situemo-nos sobretudo em alguns pontos que o Jacome contesta das minhas intervenções:

“4*Aproximando-vos dele, pedra viva, rejeitada pelos homens, mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus, 5*também vós - como pedras vivas - entrais na construção de um edifício espiritual, em função de um sacerdócio santo, cujo fim é oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus, por Jesus Cristo. 6*Por isso se diz na Escritura: Eis que ponho em Sião uma pedra angular, escolhida, preciosa; quem crer nela não será confundido. 7*A honra é, então, para vós, os crentes; mas, para os incrédulos, a pedra que os construtores rejeitaram, esta mesma tornou-se a pedra angular, 8*e também uma pedra que faz tropeçar, uma pedra de escândalo. Tropeçam nela porque não creram na palavra; para isso estavam destinados.
9*Vós, porém, sois linhagem escolhida, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido em propriedade, a fim de proclamardes as maravilhas daquele que vos chamou das trevas para a sua luz admirável; 10* a vós que outrora não éreis um povo, mas sois agora povo de Deus, vós que não tínheis alcançado misericórdia e agora alcançastes misericórdia.” (1Ped.2,4-10)

Capuchinhos/Difusora Bíblica

Meu caro deduzo que as coisas simples não são difíceis de entender! Repare, é precisamente Pedro, (não foi o único), aquele que muitos afirmam ser a tal “pedra” que desmonta claramente tal “disparate”, e de uma forma que não deixa espaço para dúvidas! E não fica por aqui! Olhe a questão do significado Igreja, “um edifício espiritual”, que nada tem a ver com tijolos, espaços…etc… “cujo fim é oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus, por Jesus Cristo”...! Se lhe restam tb dúvidas, sobre os significados desses “sacrifícios espirituais…” eu deixo-lhe duas pistas entre muitas: Salmo 51,19./ Rom. 12, 1-2. Outra coisa são os “pastores e o rebanho” mas nem por isso existe aqui alguma confusão, bastava, para evitar “abusos”, que cada um coloca-se os seus dons ao serviço da “comunidade espiritual”: Rom. 12,3- 8. Agora meu caro, aquela do “sacerdócio real” é mesmo muito forte, e olhe que Pedro não está a falar de uma casta hierárquica, mas de um povo, o povo de Deus onde o Jacome e eu nos incluímos livremente!

Por fim, /desculpe a extensão, mas condensar é dom que não tenho e o tema não se propicia a isso/, meu caro, a fonte é e será sempre as Sagradas Escrituras, e não preciso “inventar” nenhum Jesus! Preciso, isso sim, é de estar atento e tentar viver como ele viveu, algo que está exposto tb de uma forma muito clara e simples nessas mesmas fontes!

Miguel disse...

Jacome/ acho que já o disse aqui, eu faço caminho numa comunidade cristã/católica! É que não concebo de forma nenhuma, uma vida espiritual, sem a presença do outro, que também busca e faz caminho! Fazer comunidade é estar permanentemente a caminho ao encontro do outro, caminhando juntos! E isso não é ser/tornarmo-nos clones! Todos fomos criados diferentes uns dos outros, e nessa criação, está tb incluída a diferença no pensar, no agir e no olhar! E não é por isso que será impossível fazer acontecer Unidade, até porque ela nasce e só tem espaço na diferença! È nesse caminhar juntos que acontece essa construção de um “edifício espiritual”, que são de facto, as comunidades imperfeitas, mas verdadeiramente humanas que buscam a Deus, que nada têm a ver com esses ambientes carregados de um puritanismo irrespirável, onde parece que habita e se adora um “Deus”, que está mais preocupado em controlar o que pensamos, vestimos, oramos ou jejuamos, ou mesmo até o que sonhamos na cama, numa espécie de guardião de condutas! Numa comunidade onde existe Amor, não há temor, e há espaço para todos!

Anónimo disse...

Miguel: onde é que se inspirou para dizer que "Numa comunidade onde existe Amor, não há temor"?

Jaime

Miguel disse...

Jaime: “No amor não há temor; pelo contrário, o perfeito amor lança fora o temor; de facto, o temor pressupõe castigo, e quem teme não é perfeito no amor. Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro. Se alguém disser: «Eu amo a Deus», mas tiver ódio ao seu irmão, esse é um mentiroso; pois aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. E nós recebemos dele este mandamento: quem ama a Deus, ame também o seu irmão.” 1João. 4,18-21

Mau caro, uma comunidade que se ama verdadeiramente, aquela que constrói junto a outras, o tal “edifício espiritual” que Pedro fala, não tem razão para dar espaço ao temor, (sobretudo em função do outro que nos interroga ou se comporta de uma maneira diferente ao que nos habituou/ensinou esse espaço comunitário!), algo que senti estar fortemente presente, no “pedido” de Jacome, na última frase do seu comentário das 12:19! Certamente que uma comunidade é feita de gente com todas as suas fragilidades humanas (Pedro foi um exemplo real dessa fragilidade!), mas as diferenças e os caminhos diferentes que cada um seguiu, nunca impediram, aquilo que é a razão nuclear para eles formarem comunidade, e nós agora também! Cristo, que è o próprio Amor, é a verdadeira razão desses encontros e caminhos! Tudo o resto é acessório!

Outra coisa, são esses medos humanos que cada um de nós continua a albergar no coração, mesmo fazendo parte de um dessas comunidades, e por mais santo que se seja, como o foi Pedro, que continuará ainda assim, a ter as suas hesitações e fugas, que não significavam de forma nenhuma, ausência de Amor, mas que tinham a sua origem em medos concretos, em função de assuntos concretos que pediam/exigiam decisões, que ele sabia perfeitamente carregarem um “preço”, e que deram espaço a confrontos bem conhecidos! E a coisa continua a acontecer ainda hoje, este espaço é prova clara desses “confrontos”, que de forma nenhuma, devem ser tomados como ódios ou falta de amor e de respeito pelo outro! Cumpts.

Miguel disse...

Meu caro...e não Mau caro... lol... desculpe o erro Jaime!

Anónimo disse...

Caro Miguel agradeço a sugestão dada, é um facto que não leio muito S. Domingos, contudo usando as suas palavras “…caminho da reflexão e do espírito crítico”, aplico o pensamento crítico a tudo o que leio, vejo e ouço. Talvez por pensar criticamente sei que nem sempre a verdade nos assiste.
A pedra que o Miguel refere nas suas reflexões (e nos textos citados) é de facto o Senhor, “ a pedra angular que os construtores rejeitaram”, é a pedra basilar sobre a qual tudo assenta e, através da qual chegamos ao Pai. A pedra que eu referi é outra pedra, digamos que não é angular, é mesmo uma Pedra ainda que no sentido figurado, o nome de Pedro era Simão, o Senhor denominou-o de Pedro, a pedra, querendo talvez figurar a robustez da boa nova e dos trabalhadores do reino. Se pela misericórdia do Pai todos somos parte integrante do corpo místico de Cristo e “pedras dessa pedra”, pelas 1ªs pedras e por todas as que nos antecederam, a boa nova do reino chegou até nós. Hoje conscientemente queremos ser (ou não) igreja, mas não são poucas as vezes em que a dúvida nos assalta e a força nos falta… vamos então buscar alento não só “á fonte do Amor” como ao exemplo das pedras que nos antecederam e, ou que caminham no mesmo caminho, pois a robustez dos que em comunhão caminham (ainda que noutros “planos”) é também a nossa robustez, tal como a dor é a nossa dor… Posto isto o(s) pastor(es) é entre outras coisas o símbolo visível dessa comunhão em Amor e Paz, sem medo de ser o que somos, mas querendo sempre ser o que Deus “quer que nós sejamos”. Note que estar em comunhão não quer dizer formatação ou fabricação de autómatos, na diferença é que está a “riqueza “ da comunhão sermos “iguais” na diferença (isto tem pano para mangas mas o tempo hoje não dá para mais).

Cumprimentos

José Pinto

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