sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Da importância da ciência

A ciência devia ser importante para nós não apenas porque nos ajuda a controlar partes do mundo,mas também porque nos mostra coisas que nunca dominaremos.

Alain de Botton, pág. 197 de "Religião para ateus"

16 comentários:

Anónimo disse...

Na Missa desta sexta-feira na Casa de Santa Marta o Papa Francisco na sua homília falou da presença das tentações do demónio nas nossas vidas e para as quais devemos estar vigilantes. No Evangelho de hoje podemos ler que Jesus expulsa os demónios e o Santo Padre apressa-se a contrariar aqueles, mesmo alguns padres, que definem como sendo uma cura de problemas psíquicos aquilo que Jesus faz com este milagre...

“Há alguns padres que quando lêem esta passagem do Evangelho, esta e outras, dizem: ‘Mas Jesus curou uma pessoa de uma doença psíquica.’ Mas que parte é que leram? É verdade que naquele tempo era possível confundir uma epilepsia com a possessão do demónio; mas também é verdade que havia o demónio! E nós não temos o direito de fazer tão simples a coisa, como que dizendo: ‘Todos estes não eram endemoniados, eram doentes psíquicos.’ Não! A presença do demónio está na primeira página da Bíblia e a Bíblia acaba também com a presença do demónio, com a vitória de Deus sobre o demónio.”


O Papa Francisco considerou que não devemos ser ingénuos e estar sempre vigilantes às investidas do maligno. Segundo o Santo Padre, se não guardamos o bem, aparece o mal que é mais forte do que nós. Apontou o nosso caminho cristão para lutar contra as tentações e especificou que existem três critérios para discenir a presença do mal nas nossas vidas: o primeiro critério é não confundir a verdade – Jesus luta contra o diabo. O segundo critério é que quem não é com Jesus é contra Jesus – não pode haver, portanto, atitudes pela metade. E o terceiro critério é a vigilância sobre o nosso coração, porque o demónio é astuto e nunca é expulso para sempre, pois só no último dia isso acontecerá!

O demónio está sempre à espreita e redobra as suas forças com as nossas fraquezas e debilidades, sobretudo, quando não estamos atentos. Por isso, o Papa Francisco afirmou que o demónio tem uma estratégia e reforçou o seu apelo à vigilância:

“A vigilância, porque a estratégia dele é aquela: ‘ Tu fizeste-te cristão, continua com a tua fé, eu deixo-te, deixo-te tranquilo. Mas depois quando tu estás habituado e não fazes tanta vigilância e sentes-te seguro, eu volto.’ O Evangelho de hoje começa com o demónio expulso e acaba com o demónio que volta! S. Pedro dizia : é como um leão feroz, que anda à nossa volta. E é assim, Mas, Padre, o senhor é bocado antiquado, está a assustar-nos com estas coisas... Nao, eu não! É o Evangelho! E isto não são mentiras , é a Palavra do Senhor!

Peçamos ao Senhor a graça de tomar a sério estas coisas. Ele veio lutar pela nossa salvação. Ele venceu o demónio! Por favor, não façamos negócios com o demónio! Ele tenta de voltar para casa e tomar de posse de nós...Não relativizar, vigiar! E sempre com Jesus!” (RS)

Maria de Fátima disse...

ok.

Jorge Pires Ferreira disse...

O Papa diz que " é verdade que havia o demónio!"


"Havia". Já não há. Foi derrotado. Acabou. Agora os responsáveis pelas tentações são os seres humanos.

Anónimo disse...

"Terceiro critério, vigiar o nosso coração, porque o demónio é astuto. Nunca é expulso para sempre! Só no último dia o será."

o demónio É astuto- É , 3ª pessoa do singular, Presente do indicativo

Só no ultimo dia será expulso. - Será- 3ª pessoa do singular, futuro do indicativo

Jorge, pode acreditar no que quiser e discordar do Papa Francisco, mas a aldrabice interpretativa com que comenta as palavras do Papa fica-lhe muito, muito mal.

Rui Jardim

Anónimo disse...

Está um estranho silêncio neste blogue, hoje.

Jorge Pires Ferreira disse...

Caro Rui, evidentemente a minha interpretação é um abuso. Sei bem que o Papa não quer dizer o que eu digo. O meu comentário era uma espécie de brincadeira. Ele acredita que o diabo existe mesmo. Ponto final. Eu não acredito e não sou "obrigado" a acreditar pela fé católica. Ponto final. Se eu acho que o Papa está certo neste ponto? Acho que não está. Se ele vai mudar? Penso que não. Mas pode ser que algum teólogo o ajude neste ponto. Do ponto de vista teológico, ele está numa linha tradicional. Não há qualquer problema nisso. Mas o diabo existe ou não. Eu penso que não. E tenho dado razões para isso.

Anónimo disse...

Afinal ainda não é com este Papa que a igreja vai deixar de ser retrógrada, não é amigo Jorge?

Anónimo disse...


Cristo era um retrógrado.

Não teve a ajuda de nenhum teólogo modernista, que O ajudasse a discernir que os demónios que Ele expulsou, (coisa que não existe, como nós bem sabemos),se tratavam afinal de depressões e problemas mentais avulso.

Há... já agora os milagres que Ele fez não eram milagres, mas sim sinais simbólicos, como bem o sabem os teólogos. Assim, Cristo não fez milagres. Como tal, os cegos passaram a ver de forma simbólica e os paralíticos apenas deixaram de mancar simbolicamente, embora nem eles nem Cristo o soubessem.

Os ateus já não precisam de lamber as páginas de tratados de mitologia a fim de, todos contentes, encontrarem paralelismos entre a vida de Cristo e a dos heróis de antanho para confrontarem os fieis católicos, enquanto estes, diligentemente, radiografam o boneco de Fátima para ver se tem os parafusos todos no sítio, e se o caruncho ainda não lhe chegou, e lhe pagam um bilhete de avião para ir a Roma. Basta lerem tratados de teólogos modernistas, e ficam logo com a bagagem toda...

Bolas, estou sem fôlego com tanto aparte... ;-)

Anónimo disse...

"Que bem é que o sr. encontra num mandamento que diz que não deve cobiçar a mulher do próximo, nem o jumento do próximo, nem a casa do próximo, nem o servo do próximo? Acha que o seu deus é justo e bondoso quando "ensina" o ser humano a considerar a mulher propriedade do homem e "ensina" o ser humano a considerar natural a escravatura? Desde quando deus ensinou o que quer que seja em matéria de justiça ou de bondade? Ainda hoje milhões de crentes consideram que deus agiu correctamente ao matar os primogénitos do Egipto para que o faraó libertasse os judeus. Ainda hoje milhões de crentes acham que deus agiu correctamente ao avisar apenas a família de Jesus, para que fugisse para o Egipto, porque Herodes queria matar Jesus. Ainda hoje milhões de crentes acham que deus agiu de forma justa ao matar todos os habitantes de Sodoma e de Gomorra. Por isso, desde quando o seu deus ensina o que quer que seja, a quem quer que seja, em matérias de justiça ou de bondade? De resto, lamento muito ter de lembrar que os crentes que passam a vida a dizer que deus dá a cada um a liberdade de agir como entender, são os mesmos crentes que acreditam que deus anda por aí a fazer milagres e a influenciar as decisões, opções ou liberdades dos seres humanos. "

Jorge Pires Ferreira disse...

O diabo na boca do Papa Francisco é uma alegria para imensa gente.

Não sei se hei de rir de lamentar este tipo de regozijo dos meus comentadores nestes assuntos - quase todos eles, comentadores, secretos.

Nem sequer percebem que o Papa fala com tolerância para quem não acredita no diabo, que é um assunto secundário no edifício teológico (não consigo perceber sequer como alguém pode pode acreditar, ter fé, em algo como dizem que é o diabo; o credo é de realidades positivas, não de negatividades). No diabo não se deve nem se pode acreditar.

Parece-se, aliás, perdoem-me a franqueza, que estão fartos de levar pancada nas costelas tradicionalistas - é ver a entrevista que deu aos jesuítas, nem o Vetus Ordo escapa - mas com a questão do diabo, reconciliam-se com Francisco.

Cá está. Unidos no diabo. Para alguns, o diabo é uma alegria. Serve para unir (exatamente o oposto do que diabolos significa etimologicamente).

Graças ao diabo estão muito unidos ao Santo Padre. O resto separa, mas o diabo une.

Anónimo disse...

O diabo é tão astuto e manhoso,que silenciou as vozes tão sábias e doutas deste blog.

Anónimo disse...

"Assunto secundário", diz o bliblista Jorge. Porém, o papa não se cansa de fazer referência a esse tal assunto secundário nas suas homilias e discursos.

Biblista Jorge tenta esconder as mágoas atacando espantalhos, mas, pelo menos naquela noite no seu quarto, quando desligou a luz, deve ter soluçado baixinho, porque afinal esteve enganado este tempo todo.

Errare humanum est, o que é preciso é ser humilde para aceitar isso. Vamos lá a ver se consegue.

Anónimo disse...

Não tive possibilidade de consultar este blogue nos últimos dois dias. Ainda assim, queria dizer que não percebi de início que se tratava de uma brincadeira. Li o seu comentário como uma tentativa de mudar o sentido das palavras do Papa.
Estou agora esclarecido.

Rui Jardim

Jorge Pires Ferreira disse...

O Papa tem vindo a falar do diabo. Logo, ele (o diabo) existe. Ou então: o Papa acredita no diabo. Logo, ele (o diabo)existe.

Estamos entendidos quanto ao que alguns amigos deste blogue entendem sobre o que é a teologia, a descoberta da verdade, o desenvolvimento teológico. Não é feito por estudos, investigações, congressos, teses, esforço teológico, etc. etc. mas sim pelo que o Papa diz. E se ele diz... nada a fazer. Se ele diz que o sol anda à volta da terra, tanto pior para o sol.

Para quê pensar? Não precisamos de cabeça. Temos a do Papa - dizem e mostram os meus amigos aqui nestes comentários.

Os meus amigos podem pensar diferente de mim. O problema é que não pensam. O Papa pensa por eles e eles só dizem que sim (mas só em relação a alguns assuntos). Não sei se hei de rir, se lamentar.

Anónimo disse...

A igreja diz que o diabo existe, por isso sabemos que o diabo existe.

O Papa diz que o diabo existe porque a igreja diz que existe, não porque foi a algum congresso descobrir se o diabo existe ou não.

O autor deste blogue faz a sua própria teologia, à revelia da revelação e da tradição da igreja. Chama ao orgulhosamente só pensar. Mas na prática é não pensar.

Jorge Pires Ferreira disse...

“A igreja diz que o diabo existe, por isso sabemos que o diabo existe”.

Esta afirmação é inaceitável, não só porque não é claro que a Igreja diga que o diabo existe, como não é por dizer determinada coisa que ela é verdade. Será precisamente o contrário (e daí a falta de clareza magisterial sobre o assunto).


O Papa diz que o diabo existe porque a igreja diz que existe, não porque foi a algum congresso descobrir se o diabo existe ou não.

O Papa diz que o diabo existe porque a sua teologia tradicional assim concebe as coisas. Para ele faz sentido. Para a maioria dos teólogos, biblistas e dogmatistas, não. O Papa discorda dos padres que não acreditam no diabo ou não o veem nos evangelhos (“Há alguns padres que quando leem esta passagem do Evangelho, esta e outras, dizem…”). E o que faz? Se é assim tão importante acreditar no diabo, devia mover-lhes um processo. Caso contrário, peca por omissão. Os meus amigos demonófilos estão a dizer que na questão do diabo o Papa peca por omissão, como alguns dizem que os anteriores pecaram na questão da pedofilia? É?



Diz: “O autor deste blogue faz a sua própria teologia, à revelia da revelação e da tradição da igreja. Chama ao orgulhosamente só pensar. Mas na prática é não pensar”.

O autor desta frase esconde-se no anonimato, além de, quanto a mim, não saber o que é a revelação e a tradição. E, vejam lá, merece que eu leve as suas palavras a sério.

Posso pensar mal, mas penso com rosto. Dou a cara. O amigo tem toda a solidez da “da revelação e da tradição”, pensa, mas refugia-se no anonimato. Bem sei que o anonimato é uma questão de forma. Mas, pelo menos nos debates de ideias diferentes, diz muito do modo como nos posicionamos no mundo e na Igreja.

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