quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Embate entre Paulo VI e a Cúria Romana


Paulo VI e D. Pericle Felici

Faz amanhã 50 anos que começou o II Concílio do Vaticano. Entretanto, decorre o sínodo dos bispos sobre a nova evangelização. A grande figura que une estes dois acontecimentos, por ter concluído o primeiro e ter inventado o segundo, é Paulo VI.

Gianni Gennari , no "Vatican Insider", num texto em que diz que a Cúria Romana pode, no fundo, boicotar os desejos e decisões dos bispos (os sínodos só são consultivos), conta uns episódios curiosos sobre o embate entre Paulo VI e a Cúria Romana. Texto todo aqui. Mais uma vez, a grandeza de Paulo VI.

No verão de 1963, exatamente três meses após a sua eleição ao pontificado, portanto no dia 21 de setembro, falando com a Cúria Romana, ele [Paulo VI] afirmou que se o Concílio então em andamento prospectasse a ideia de "associar alguns representantes do episcopado de um certo modo e para certas questões (…) ao Chefe supremo da própria Igreja (...) seguramente não será a Cúria Romana que se oporá a isso".

Quem conhece a história daqueles tempos e a história pessoal de Giovanni Battista Montini entende também o não dito dessa expressão. Ele se tornara papa há três meses e sabia bem que "a Cúria Romana" em grande parte não havia sido entusiasta da sua eleição. Era aquela Cúria Romana que sempre o havia considerado como um vigiado especial e que 10 anos antes o havia afastado de Roma, enviando-o certamente a Milão, a diocese italiana mais importante, mas sem prover a sua elevação à púrpura cardinalícia. Em 1958, recém-eleito papa, João XXIII imediatamente havia agido, como primeira nomeação, para preencher esse vazio...

E mais: eu me lembro de um episódio significativo. No momento da eleição de Paulo VI (21 de junho de 1963), foi forte o desconforto em alguns ambientes da Cúria, e mesmo um homem da Igreja muito estimado, de grande cultura e de grande espiritualidade, Dom Pericle Felici, então "secretário-geral do Concílio" em andamento, muito estimado por João XXIII, que o quisera nesse papel até a antepreparação do evento, chegou a comentar diante de testemunhas: "Para nós – e ele se referia aos homens da Cúria Romana – realmente acabou!".

Essa era a realidade nas previsões humanas, que, na verdade, eram muito humanas, e eu posso contar o seguinte, com testemunhas ainda vivas: alguns dias depois da sua eleição, Paulo VI recebeu em audiência justamente os homens da Cúria Romana, e uma das primeiras coisas que ele fez quando se encontrou diante da multidão dos curiais foi chamar Dom Felici pessoalmente para perto dele. Este se aproximou, e o papa o abraçou e, na frente de todas, pediu que continuassem ajudando-o na difícil tarefa de levar adiante o Concílio, reconfirmando-o no posto de secretário-geral. É inútil lembrar que o pobre Felici chorou na frente de todos!

 Gianni Gennari

1 comentário:

Anónimo disse...


THE ESSENCE OF GOD
“THE ESSENCE OF GOD” is composed of all the "PHYSICAL SPACE OF THE UNIVERSE" occupied by a "INTELLIGENCE" of the highest degree of perfection, to give the origin in time and space, all forms of "ENERGY ", which move, since the atom, with its structures tiny dimensions, until all the celestial bodies, which composes the cosmos in perfect harmony and balance in their movements, and the purity of their feelings of "LOVE" composed of "Piety", "Justice" and "Mercy", gives us, the existence of life.

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