domingo, 16 de setembro de 2012

Bento Domingues: Política sacrificial


Bento Domingues no "Público" de hoje.

Quando Bento Domingues fala de economia, geralmente discordo. Concordo com os valores subjacentes, mas a única ideia prática parece-me ser esta: cortar em quem tem mais e dar a quem tem menos. Redistribuição, por assim dizer. Conhece-se o filme. É pouco. E empobrecedor.

Eu prefiro que se criem condições para que cada um se realize (bem comum, como a DSI defende), tendo muito ou pouco, como bem entender (direito à propriedade privada, à livre iniciativa, à subsidiariedade, como a DSI defende) - que Portugal tenha acesso ao mercado de crédito, é fundamental para o bem comum do país; e a troika, que não é o demónio, só cá está por causa disso - , sem esquecer o seu dever de solidariedade e o destino universal dos bens (como defende a DSI, individual, institucional, nacional, internacional e intergeracional; as gerações que ainda não existem também têm direito à Terra).

Por outras palavras, concordo com a política sacrificial quando é remédio para imprudência político-financeira em que vivemos largos anos. Mesmo sofrendo com essa política sacrificial.

1 comentário:

Anónimo disse...

Bela prosa.
Ainda não lhe devem estar a ir ao bolso...porque quem nunca teve direito a nada a não ser sonhar e todos os dias se mata a trabalhar por uma codea para sustentar esta corja de bem pensantes, bem falantes e subsidiodependentes, lê-a e fica mais sossegado. A Doutrina Social da Santa Madre Igreja está a olhar por ele. Como dizia o outro, "sossega filho, que o FMI está a tratar da saúde ao Eanes".
Não percebo nada de teologia, nem me parece que isso importe para ser cristão, mas vejo Cristo a repetir as palavras de Frei Bento e não consigo vê-lo a repetir as suas ou as da maioria dos nossos bispos.

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