Heloísa e Abelardo
Heloísa de Paráclito, sobrinha de um padre, que primeiro foi
aluna e depois namorada do grande escolástico Pedro Abelardo, morreu no dia 16
de maio de 1164.
Morreu num convento, aos 63 anos, 22 anos depois da morte do
grande mestre parisiense, com quem trocou cartas apaixonadas, num tempo em que
só os clérigos, portanto celibatários, podiam ser professores.
Quando Heloísa era abadessa no Paráclito, em 1130-34, coloca
uma série de 42 problemas teológicos a Abelardo que ficaram conhecidos como
“Problemata Heloissae”. Podem ser lidos aqui em inglês e aqui em latim.
Mais sobre Heloísa e Abelardo aqui.
Já depois de separados, Abelardo escrevia assim a Heloísa:
“Eu estou distante da tua pessoa com a intenção de evitá-la como a um inimigo; mas ainda, incessantemente, procuro-te na minha mente. Lembro-me da tua imagem na minha memória e inquietantemente me traio e contradigo. Odeio-te! Amo-te! A vergonha pressiona-me por todos os lados. Vês a confusão na qual me converti, como me culpo e como sofro. ”
E Heloísa:
“No meio da quietude da noite, quando o meu coração deveria estar tranquilo no sono que suspende as maiores preocupações, eu não consigo evitar a ilusão do meu coração. Eu sonho que ainda estou contigo, meu querido Abelardo. Eu o vejo, falo contigo ouço as tuas respostas. (…) Até mesmo em frente ao santo altar eu carrego comigo a memória do nosso amor, e longe de me lamentar por ter sido seduzida pelos prazeres, eu sinto por havê-los perdido.
1 comentário:
Aqui se espelha a aberração do celibato forçado.
Enviar um comentário