sexta-feira, 23 de março de 2012

Raridade de Evangelho no Vaticano I

D. António Couto, na apresentação do livro “Nova Evangelização”, de Rino Fisichella (no fundo, no fundo, diz que é fraquinho, já que o capítulo III, sobre “o contexto”, é “frágil”, e quanto ao capítulo IV, sobre a “centralidade de Jesus Cristo”, gostava o bispo de Lamego de o ver “tratado com mais ousadia e grandeza”), disse o seguinte:
Recordemos que, em termos de vocabulário, o Concílio I do Vaticano (1869-1870) usou uma única vez o termo «Evangelho», e nenhuma os termos «Evangelizar» e «Evangelização». O Concílio II do Vaticano (1962-1965), por sua vez, empregou o termo «Evangelho» por 157 vezes, «Evangelizar» por 18vezes, e «Evangelização» por 31 vezes.
Os meus amigos mais papistas saberão por que é que o Vaticano I fala tão pouco de Evangelho. Onde está a infalibilidade não há lugar para o Evangelho.

29 comentários:

Anónimo disse...

Não percebi quem disse o quê... Mas essa transcrição está no livro...
Antes dessa afirmação, apresenta-se uma razão histórica bastante plausível - por causa do protestantismo, a contra-reforma fez-se sentir em sentido (quase) contrário - valorizando a eclesialidade e o papa. (ora, fazer destas estatísticas um argumento para a sensibilidade dos mais papistas é olhar a história com a mesma sensibilidade, mas de um outro lado... Pode-se olhar a história com ambas as sensibilidades ou até juntar outras sensibilidades ainda...)

Enfim, quase que pareço advogado do Sr. Rino, mas parece-me que o capítulo III e IV são La Palices do momento.. Já amplamente debatidas, conversadas, estudadas. O que é realmente novo, diferente, digno de análise, são os capítulos seguintes: os Lugares, as Perspectivas e os Novos Evangelizadores. Este não é um documento do Magistério, mas é escrito pelo Cardeal da Cúria e o responsável pela Nova Evangelização a nível universal - e isto é significativo, ou não?

O D. António Couto, por seu lado, é o responsável homólogo em Portugal, e conhecendo-o bem, é alguém com uma sabedoria de gigante e com certeza detectará pormenores que podem ser melhorados - a meu ver, isto é excelente - ou seja, podermos contar com ele, em termos da nova evangelização em Portugal!
Mas isto não retira valor ao livro que sai das mãos do senhor Rino... As queixas do tipo: "Ah e tal, a Igreja não faz isto ou aquilo" - passa a encaixar perfeitamente como o queixume do dá cá aquela palha, como quem é preso por ter ou por não ter...
Duvido que D. António Couto não tenha apreciado nem evidenciado alguns dos aspectos interessantes que o livro coloca... não estive lá, não sei...

Saudações,
P. Campos

Anónimo disse...

Repito: é fraquinho o Rino. E olhe que o conheço pessoalmente - deixa muito a desejar...

Jorge Pires Ferreira disse...

Paulo Campos: eu não discordo de si. As palavras são de D. António Couto que, na primeira parte da sua intervenção segue de perto o que está no livro. Mas pretendi citar precisamente o Bispo de Lamego.

Conheço pouco de D. Rino embora tenha lido aos soluços (e até copiado para este blogue) o seu livro sobre "A fé como resposta de sentido".

Penso, como muitos que a nova evangelização é simplesmente evangelização. E que qualquer evangelização tem de ser para o tempo em que se vive e não para outro. A palavra evangelização, como sabe, já tem em si o "nova".

Há tempos ouvi precisamente D. António Couto, então ainda auxiliar de Braga a questionar o "nova" de "nova evangelização".

Mas compreendo a ideia da nova evangelização. E acho o livro útil para divulgá-la. Mas ainda não vi grande novidade nos métodos e muito menos nos fins. Diz-se, aliás, que os fins não mudam. Não sei se não deveríamos precisamente começar por nos interrogarmos sobre os fins da evangelização. É motivo para reflexões posteriores.

Paulo, obrigado pelos seus comentários.

Jorge Pires Ferreira disse...

A piada aos papistas (eu também sou, aos olhos de outros, mas considero-me moderado) é isso mesmo. Uma piada. Mas a verdade é que quando se reforça o poder da Igreja ou dos seus representantes, desconsidera-se o Evangelho. Sempre assim foi. O Espírito não pode viver sem estrutura. Mas se a atenção se foca na estrutura, o Espírito escolhe outros pousos.

Anónimo disse...

Se o Jorge é papista então eu sou o Papa...

Jorge Pires Ferreira disse...

Depende de quem é você. Se for Bento XVI, não digo que não é.

Anónimo disse...

Ao anónimo-que-conhece-pessoalmente-o-Rino-e-que-não-só-o-acha-fraquinho-mas-acha-que-ele-deixa-muito-a-desejar-e-o-que-ele-escreve-também-não-é-grande-espingarda,

O que lhe fez este cardeal? Ou o que ele não fez e devia ter feito?
Ou seja, onde quer chegar com esse tipo de afirmações??...

Caro Jorge,
Concordo consigo.
Mas até lhe digo mais.
Se nós estivermos atentos à forma como a Igreja (no seu sentido Lumen Gentium) tem vindo a viver este período de 50 anos de CVII, percebemos que ainda há atritos e grandes discrepâncias da interpretação daquele acontecimento, assim como de algumas das modificações que se deram nele, um exemplo básico, a liturgia - um grande centro da vida da Igreja.
Neste sentido, considero importante que um cardeal da cúria venha propor coisas como: a nova evangelização passa primeiro pelo testemunho de vida; é possível a comunhão (eucaristica) pela caridade; tem de se suprimir (esquecer, eliminar) as diferenças entre igrejas cristãs em vista ao testemunho do evangelho; tem de se partilhar os valores com a sociedade (laica,secularizada,inter-religiosa); que se elimine os abusos ditados por uma vontade tradicional e clerical por parte do clero, etc., etc...

Outros há que também fazem estas afirmações. Porém, não foram escolhidos para estarem à frente desta Comissão...

Se, por exemplo, repararmos, o Pátio dos Gentios e a Nova Evangelização são dois portões grandes e abrangentes que exigem que os leigos se mexam, e se mexam muito!... Caso contrário, serão apenas portões imponentes, mas enferrujados e a cair de velhos...
Há questões neste livro que são o pano de fundo de muitos dos pormenores que se debatem aqui neste blog, como a ordenação das mulheres, e outros assuntos eclesiais, morais e sociais.
O que considerei interessante no texto - por mais imperfeito que o possam considerar - foi o abandono da discussão da ideia, e o partir para a discussão prática. Ou seja, nova evangelização todos têm uma ideia do que seja, mas essa ideia é apenas um rótulo todo moderno... nova evangelização é uma acção, é uma missão. E este livro dá propostas à pergunta: Como nova-evangelizar?
E o "como" é muito mais importante hoje em dia, do que explicar o que é o conceito, que, diga-se de passagem, está na boca de todos, mas não nas suas vidas... Faz lembrar, aliás, a missão metrópole que decorre agora em Lisboa... O que é isso? O que isso trouxe de novo? Uma resposta: nada... Pelo que me deu a parecer, as actividades "missão metrópole" são as mesmas - praticamente - do ano transacto... enquanto "grande evento", nada de novo... enquanto "grande ardor", nada de novo... enquanto "grande conversão", nada de novo... ficou-se pelo rótulo, criaram-se uns logotipos, abrilhantou-se a imagem, modificou-se um ou outro programa pastoral, mas tudo está na mesma...
E este é o perigo do que pode acontecer à nova evangelização... e o Rino, pelo menos, aponta caminhos...
(desculpe-me o alongamento...)
Saudações,
P.Campos

Anónimo disse...

Pensei que o I Vaticano não fala mais de "evangelizar" e outras palavras análogas pois os textos de cariz mais voltado para a missão ("In oculis populi" e "Fidem in Africa") que estavam a ser preparados não viram o dia pois o concílio foi violentamente interrompido... mas é mais fácil mandar bocas do que estar bem informado, mas não me parece que essa tenha sido a vontade de D. Couto...

Fernando d'Costa

Anónimo disse...

uero dizer que...nada de novo nem a este nem a oeste e o norte e o sul tb estão no mesmo sitio...esqueci-me do censo da diocese de viseu e tb da igreja holandesa,do mexico edaquele movimento espiritual com muitas vocações do porto e da dificuldade em verificar o que as instituições católicas fazem por falta de meios etc etc... enfim estou mesmo esquecido vou pra nova evangelização e se o dito cardeal romano me emprestar umas rendas talvez aprenda a saltar á corda

Jorge Pires Ferreira disse...

Meu caro Fernando d'Costa, como não posso falar pelo D. Couto falo por mim.

Saiba o amigo que eu vejo na interrupção do Vaticano I um sinal do Espírito Santo. É que esse concílio preparava-se para condenar o darwinismo (ou o evolucionismo; ou a teoria que as espécies evoluem pela selecção natural), certamente para salvaguardar a teologia do pecado original. Teríamos, pois, um novo caso Galileu, um aprofundar do divórcio entre fé e ciência. Tudo embrulhado na infalibilidade, então é que era lindo.

Note que eu não estou a dizer que o evolucionismo está certo. Até julgo que está, mas é ciência e não fé.

João Silveira disse...

Não sei se já deixei por aqui este pequeno texto sobre o Vaticano II, mas nunca é demais: http://senzapagare.blogspot.pt/2012/03/saudosistas-do-futuro-que-se-anuncia.html

Anónimo disse...

Ao anónimo das 5:13,
Se quiser ir pelas estatísticas, recomendo-lhe a ler um bom livro de história da Igreja, para perceber que essa é uma ciência recente. Se ela existisse há mais tempo, os resultados não seriam muito diferentes...
Quanto a saltar à corda, não conheço as rendas do cardeal, mas fale com aquele outro anónimo que o conheçe, talvez ele lhe dê uma cunha!...

Saudações,
P. Campos

João Silveira disse...

Amigo Jorge, se já teve o cuidado de ler a Humanis Generis, do Papa Pio XII percebeu que o evolucionismo nada tem a ver com a doutrina do pecado original. O pecado original existiu com ou sem evolucionismo, isto é verdade de fé. O evolucionismo é ciência, pode mudar, até porque faltam explicar muitas coisas nessa teoria.

A Igreja nunca se pronunciou infalivelmente em questões científicas, e a sua referência ao caso Galileu mostra o se desconhecimento em relação a esse caso, que é bem mais complicado do que o pintam. Proponho que leia aqui um resumo: http://www.box.com/shared/ud4tcjcno8

Que veja este video: http://www.youtube.com/watch?v=QBL_enxMVr8

Ou então vá a uma conferência com o Professor Henrique Leitão, que dá um semestre inteiro só sobre o caso Galileu.

Jorge Pires Ferreira disse...

João, fiquemos só pelo caso Galileu, porque quanto ao pecado original, como não esqueci a resposta que há tempos me deu, que não é sua (é muito fácil dizer: "Acredito no que vem no Catecismo e o que vem no Catecismo é o que eu acredito", mas isso não é dar razões da fé; é ser papagaio), lá voltarei.

Ora você pensa que eu disse não sei o quê. Mas sobre Galileu, não disse nada. Só disse o "caso Galileu". De resto, conheço-o relativamente bem, já escrevi diversas vezes sobre o assunto e já rezei junto ao túmulo de Galileu na Santa Croce - e posso afiançar que o Papa nunca assinou o decreto de condenação. Já pus isso no blogue, tal como referências ao livro de Woods, que já tinha lido em inglês - excertos - muito antes de o encontrar em português.

Mas a questão é que, mesmo que o caso Galileu esteja mal contado, simboliza a oposição da fé à ciência. Um oposição que não é fictícia em termos de factos.

Pode estar mais contado e não completamente contado, mas a Igreja não sai bem na fotografia.

O próprio João Paulo II reconheceu isso e pediu perdeu por esse caso em nome da Igreja. Está a querer dizer, falado de um pretenso meu desconhecimento do caso, que João Paulo II também o desconhecia e pôs o pé na argola ao pedir perdão por causa dele?

Caro João, se é como diz, ou a Igreja tem razão ou João Paulo II tem razão. Os dois ao mesmo tempo é que não - isto, seguindo o seu raciocínio.

Jorge Pires Ferreira disse...

O próprio João Paulo II reconheceu isso e pediu perdão por esse caso em nome da Igreja.

- emendo a frase.

João Silveira disse...

Amigo Jorge, como é que põe as palavras do Papa João Paulo II em confronto com a Igreja?

A disciplina imposta a Galileu foi feita pelo tribunal, não é doutrina da Igreja.

Obviamente que membros do clero estiveram envolvidos nessa condenação, e por isso o Papa pediu desculpa, mas nunca disse que a culpa não tinha também sido do Galileu.

Se estudou o caso Galileu sabe que ele não tinha provas para a sua teoria, que era desmentida pelas fortes evidências que a Terra não se movia. E uma dessas evidências era a ausência da Paralaxe Estelar. Além disso o Galileu era por natureza uma pessoa conflituosa, e que arranjou alguns inimigos poderosos, o que também contribuiu para o caso.

O Papa Urbano VIII recebeu várias vezes Galileu e explicou-lhe que a teoria coperniciana nunca tinha sido tratada pela Igreja como uma heresia.

Como na altura disse o Cardeal Bellarmino:

"Se houvesse uma verdadeira prova que o Sol é o centro do universo, de que a terra está no terceiro céu e o de que o Sol não gira em torno da terra, mas a terra em torno do Sol, então deveríamos agir com grande circunspeção ao explicar passagens da Escritura que parecem ensinar o contrário, e admitir que não as havíamos entendido, em vez de declarar como falsa uma opinião que se prova verdadeira. Mas eu mesmo não devo acreditar que existam tais provas enquanto não me sejam mostradas."

Não é uma questão de fé contra a ciência, até porque a ciência foi inventada graças à Igreja. É uma questão de provas inegáveis, coisa que na altura não existia.

Galileu não reagiu bem a isto, daí que tenha sido condenado a prisão domiciliária, mas continuou sempre fiel à Igreja. Escreve isto a um amigo (Nicolò Fabri di Peiresc, a 21 de Fevereiro de 1635):

“Tenho duas fontes de perpétuo conforto: primeiro, que nos meus escritos não se pode encontrar a mais ténue sombra de irreverência em relação à Santa Igreja; e segundo, o testemunho da minha própria consciência, que apenas eu e Deus no Céu conhecemos. E Ele sabe que nesta causa pela qual eu sofro, apesar de que muitos podem ter falado dela com mais erudição, ninguém, nem mesmo os antigos Padres, falou com mais piedade ou como maior zelo pela Igreja do que eu.”

Jorge Pires Ferreira disse...

João, o que me diz sobre Galileu não é novidade. Algumas dessas coisas estão neste blogue. Mas você debita-as como se estivéssemos a falar da Galileu. Não estamos.

Se me lesse com atenção não me via a pôr João Paulo II contra a Igreja, mas antes que eu queria dizer que você é que estava a pôr João Paulo II contra a Igreja.

Vejamos em resumo: Se João Paulo II pede desculpas pelos erros da Igreja (leia os "mea culpa" de João Paulo II em "Quando o Papa pede perdão", de Luigi Accattoli, em português nas Paulinas), ou João Paulo II está errado porque a Igreja nunca erra; Ou João Paulo II está certo porque de vez em quando a Igreja erra. Qual é a sua opção?

A minha opção é esta: Erramos todos muitas vezes. O Papa e a Igreja também.

Em relação a Galileu, você podia acrescentar que ele tinha uma filha freira - o que seria irrelevante para o caso. Mas não disse quanto tempo demorou a Igreja a aceitar oficialmente o heliocentrismo - o que não era irrelevante.

Felizmente, os cientistas católicos não foram burros ao ponto de esperar que a hierarquia dissesse que o heliocentrismo é que estava correto, ainda que alguns durante algum tempo não administrassem vacinas (outro caso) só porque um papa as condenou.

João Silveira disse...

Amigo Jorge, ainda não percebi se está fingir-se ignorante de propósito ou não, mas vou alinhar.

A Igreja não erra quando faz doutrina em verdades de fé ou de costumes. Se acha que erra diga-me em quê, e quando é que algum Papa pediu desculpa pela doutrina da Igreja.

Agora, se um Papa vem dizer: "amanhã vai chover", ou "o sporting vai ganhar" não se pode enganar? Claro que pode, e engana-se! Um Papa não pode ter pecados pessoais e com isso desonrar a cadeira que ocupa? Claro que pode, e isso aconteceu ao longo dos séculos.

Tanto a inquisição como as cruzadas tiveram boas razões para terem acontecido, por isso não há nada que pedir desculpa. O Papa pediu desculpa pelos abusos, erros pessoais, que aconteceram nessas situações, o que é diferente.

Mesmo assim nada disso foi doutrina, por isso não cabem na infalibilidade.

Voltando ao confronto entre fé e ciência, que o amigo Jorge erradamente sublinhou. Se tivesse ido a alguma conferência com o Prof.Henrique Leitão percebia que a Igreja nunca perseguiu nenhum cientista.

O único caso é o caso Galileu que meteu mais política do que ciência lá para o meio.

Mas obviamente que já sabe isto tudo, não é? Só é pena que sabendo tanto tenha dito o que disse.

Jorge Pires Ferreira disse...

Lá está você a dizer que eu disse o que não disse.

Mas posso ler nas suas palavras que um papa pode ser horrível (desonesto, corrupto, simoníaco, mulherengo - houve-os às dezenas), que desde que se mantenha fiel à doutrina da fé e dos costumes, nada de mal se passa. Ok. Percebi.

O João é que ainda não percebeu que a vida vale mais do que a doutrina? Que a doutrina é para ajudar a viver com abundância?

Se já tivesse percebido isso não estava tão preocupado em vigiar os erros outros.

Anónimo disse...

Pois é... O Sábado foi feito para o homem, e não o seu contrário...
Há aqueles que se tornam artistas em torcer e distorcer argumentos sem fim para justificar o injustificável...
A propósito, o papa errar na previsão meteorológica nem se compara ao absurdo da inquisição... Quão cego tantas vezes estamos, ao não enxergar a verdade, por caminhos tão tortuosos já andou e anda a Igreja peregrina, muitas vezes esquecida do seu Senhor...

Leandro

Anónimo disse...

Nem mais, Leandro!

João Silveira disse...

Amigo Jorge,

Isso é uma coisa que me deixa muito descansado: o Papa pode de facto ser: desonesto, corrupto, simoníaco, mulherengo, que nunca se vai enganar em termos de doutrina porque é assistido pelo Espírito Santo, como Jesus prometeu. Mal de nós que a doutrina dependesse das virtudes, e até da boa disposição dos Papas. Não, depende de Deus, e por isso podemos confiar.

Claro que seria bem melhor que os Papas fossem todos santos, com vidas imaculadas. Aliás, que todos nós fossemos assim. Mas isso é secundário a comparar com a primeira condição.

Amigo Leandro,

Pode aprender mais sobre a inquisição, num documentário da insuspeita BBC: http://senzapagare.blogspot.pt/2011/08/o-mito-da-inquisicao-desmontado-num.html

Anónimo disse...

Amigo João,
conheço bem a história da inquisição. E considero completamente absurda a ideia de se tentar justificá-la.
a IGREJA DE CRISTO, e não dos homens, deve agir na semelhança com o seu Mestre e Senhor, que se assentava na mesa com pecadores e estendia a mão a pecadora arrependida, sem precisar arrancar-lhes a força uma abjuração de seus pecados e heresias... assim é o amor de Deus... incondicional, sem mesquinharias, e que não age para preservar seus privilégios... Pena que tanto as cruzadas, quanto a inquisição, em nada nos façam lembrar a humildade, honestidade e misericórdia do pobre filho do carpinteiro de Nazaré...

"Guarda a espada na bainha, porque os que matam pela espada, por ela morrerão..."

Leandro.

Jorge Pires Ferreira disse...

João, posto que concorda comigo, está acabada esta discussão. A "doutrina depende de Deus"? Sim. Não exclusivamente, mas em última análise, sim.

João Silveira disse...

Amigo Leandro, desconfio que não a conhece assim tão bem.

Amigo Jorge, depende de Deus sim. Por isso se Deus a quisesse mudar iria fazer com que isso acontecesse, pelos meios próprios.

Anónimo disse...

Obrigado João, por me abrir os olhos.... talvez se me empenhar em estudar tão bem a inquisição, como você, que se mostra tão superior intelectualmente, comece a defendê-la para os dias de hoje.... e assim poderemos condenar à fogueira os que ousarem contrariar o 'vosso' magistério, e a vossa interpretação da história, da Igreja, do Evangelho, e de tudo o mais... apesar do pedido de perdão de João Paulo II pelos "erros cometidos a serviço da verdade por meio do uso de métodos que não têm relação com a palavra do Senhor!"

Leandro.

Anónimo disse...

Joáo Amado de Jesus e Silveira :
você não dorme ?
Não me venha dizer que só no céu...
Olhe que há comprimidos. Numa farmácia perto de si...

João Silveira disse...

Amigo Leandro, se há alguém que costuma ser condenado à fogueira nestas bandas sou eu. Já estou habituado à intolerância dos "tolerantes"

Anónimo disse...

Pobrezinho do incompreendido João...

Só há doze bispos no mundo. São todos homens e judeus

No início de novembro este meu texto foi publicado na Ecclesia. Do meu ponto de vista, esta é a questão mais importante que a Igreja tem de ...