Uma nota característica deste retiro espiritual tem sido uma
grande paz e alegria interior, que me encoraja a oferecer-me ao Senhor, em
ordem a qualquer sacrifício que Ele queira pedir-me. Desejo que esta
tranquilidade e esta alegria penetrem cada vez mais, por dentro e por fora,
toda a minha pessoa e toda a minha vida. [...] Terei muito cuidado na guarda
deste gozo interior e exterior. [...] Para mim, deve ser um convite perene a
imagem de São Francisco de Sales que, entre outras, gosto de repetir: eu sou como
um passarinho que canta num bosque de espinhos.
Assim, pois, poucas
confidências sobre o que possa fazer-me sofrer. Muita discrição e indulgência
no meu juízo acerca das pessoas e das situações; inclinação para orar
especialmente por quem for para mim motivo de sofrimento; e, em tudo, grande
bondade e paciência sem limites, lembrando-me de que qualquer outro sentimento
[...] não está de acordo com o espírito do Evangelho nem da perfeição
evangélica. Prefiro ser considerado um pobre homem, desde que, a qualquer
preço, faça triunfar a caridade. Deixar-me-ei esmagar, mas quero ser paciente e
bom até ao heroísmo.
Papa João XXIII (1881-1963), “Diário da alma”, 1930, durante
um retiro em Rusciuk.
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