Da entrevista de António Marujo ao biblista Michel Quesnel (autor
de “Jesus, o Homem e o Filho de Deus”, ed. Gradiva)
(…) Isso quer dizer que cada época tem o seu resto de Jesus?
Qual é o rosto actual de Jesus?
Antes de mais, uma pessoa muito autêntica – quer dizer,
muito independente das opiniões que tinham dele –, muito pouco comprometida com
o poder, muito livre, com uma atenção muito específica ao que é diferente.
Jesus é alguém que percebe claramente a diferença entre as pessoas, tem clara
noção da alteridade e de altruísmo. Ele reconhece que ir ao encontro do outro é
uma atitude fundamental.
A aceitação da pessoa diferente, muito difícil no nosso
mundo (diferentes classes socais, os que vêm de outro país, os que têm uma
deficiência ou uma doença), é ainda hoje um grande desafio. Jesus cria uma
proximidade com o outro e esse é uma mensagem fundamental para o nosso mundo.
António Marujo, “Deus Vem a Público. Entrevistas sobre a
transcendência. I volume” (ed. Pedra Angular), pág. 50
2 comentários:
Pena que a hierarquia da Igreja não siga esse exemplo de liberdade e de não comprometimento com o poder. Se Jesus voltasse, morria de susto!
Obrigado pelo seu comentário. Acrescento que se Jesus voltasse e se o ouvíssemos,também nós morreríamos de susto ou de paixão, de medo ou de coragem. Espero que não de indiferença.
Enviar um comentário