segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Queiruga: Saber, poder e teologia



O teólogo galego Torres Queiruga, que há dias (9 de Outubro) esteve em Valadares a falar da ressurreição de Jesus Cristo e passou por Cantanhede para falar sobre o mal, foi afastado das aulas do Instituto Diocesano de Teologia e Pastoral de Bilbao – o que originou grande polémica na diocese espanhola de Vizcaya. Para conhecer os contornos da polémica, ler aqui e aqui.

Sem entrar no que está em causa neste caso em concreto, e não sendo Queiruga dos teólogos mais apreciados pelas minhas bandas, não tanto por discordância como pelo desconhecimento da sua obra, apesar de algumas leituras (ver aqui), o facto é sintomático. 


A teologia quer ser ciência e gozar de cidadania no concerto das ciências. Mas a autoridade não gosta da alteridade. E quer ter sob a sua alçada a reflexão teológica. Para aceitar ou mudar um teólogo, acaba por prevalecer o poder em vez do confronto dos saberes. Teólogos como Queiruga são afastados não por incompetência ou falta de valia teológica, mas por critérios que em última análise radicam na mente de quem tem o poder. Ora isto, leva a que se faça da teologia cristã não uma reflexão crente sobre a fé, que é o que deve ser, mas um comentário do pensamento dos bispos e do Papa, já que é neles que reside o poder eclesial.

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