Há tempos, na papelaria onde habitualmente compro o jornal,
deixei cair uma moeda. E apanhei-a de imediato. O dono (mudou; agora é dona)
olhou para mim com cara de espanto, como se esperasse um comentário meu. Eu lá
tive de deixar o habitual:
- Ele não nasce.
O sr. tinha a resposta gatilhada e disse logo:
- Você não lhe dá tempo.
Saí da papelaria a pensar: “Cá está uma resposta boa…” Mas
hoje vejo que a resposta não só não é boa como tem a inutilidade provada. Na parábola dos talentos, por alguns dita "capitalista", hoje proclamada nas missas, aquele a quem foi dado um
único talento enterrou-o. E ele, de facto, não nasceu. Não é mesmo uma questão de
tempo.
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