Estive a dar uma vista de olhos em “O último segredo”, de
José Rodrigues dos Santos. Ainda não o comprei porque logo que entrar para o
top da livraria que frequento o preço baixa dois euros. De qualquer maneira li
o suficiente para perceber o essencial da tramóia. E li as últimas páginas,
pós-desfecho da história, que revelam os livros consultados pelo autor. Este é
um daqueles romances com bibliografia. Dá credibilidade. Estão lá o Reimarus, o
Schweitzer, o Crossan. Falta o John P. Meyer, padre católico, que já vai no
quarto volume sobre Jesus Cristo e é o melhor estudioso do Jesus histórico da
actualidade. E não me lembro se está lá Marcus Borg, embora estejam vários das
suas imediações intelectuais. Para já não falar dos alemães todos pós Bultmann,
que não estão. Claro que aquilo é um romance e não um ensaio teológico. Mas se
o autor quer dar credibilidade apontando autores, convém notar que não aponta
os mais significativos.
Para mais, li isto na página 561:
Como fontes para as citações bíblicas recorri à “Bíblia Sagrada”, edição lançada pela Verbo em 1976 para comemorar a visita do papa João Paulo II a Portugal nesse ano, e baseada nas melhores traduções dos mais antigos manuscritos em grego ao dispor do Vaticano.
Ora aqui há pelo menos dois erros. Em 1976 o papa era Paulo VI.
Wojtyla estava em Cracóvia e só seria eleito em Outubro de 1978. E só veio a
Portugal, pela primeira vez, em 1982.
Se é a edição da Verbo em que estou a pensar, uma de capas
vermelhas (imagem acima), é interessante pelas gravuras, mas não pelo rigor científico. A mais
recente dos capuchinhos (Difusora Bíblica) é bem melhor.
Por outro lado, qualquer Bíblia com pretensões de rigor
científico, hoje, é traduzida de manuscritos gregos (NT e alguns livros do AT),
hebraicos (AT) e aramaicos (versículos e capítulos do AT), as três línguas
bíblicas, e não somente do grego.
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