sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Ó José Rodrigues dos Santos, então João Paulo II veio a Portugal em 1976?


Estive a dar uma vista de olhos em “O último segredo”, de José Rodrigues dos Santos. Ainda não o comprei porque logo que entrar para o top da livraria que frequento o preço baixa dois euros. De qualquer maneira li o suficiente para perceber o essencial da tramóia. E li as últimas páginas, pós-desfecho da história, que revelam os livros consultados pelo autor. Este é um daqueles romances com bibliografia. Dá credibilidade. Estão lá o Reimarus, o Schweitzer, o Crossan. Falta o John P. Meyer, padre católico, que já vai no quarto volume sobre Jesus Cristo e é o melhor estudioso do Jesus histórico da actualidade. E não me lembro se está lá Marcus Borg, embora estejam vários das suas imediações intelectuais. Para já não falar dos alemães todos pós Bultmann, que não estão. Claro que aquilo é um romance e não um ensaio teológico. Mas se o autor quer dar credibilidade apontando autores, convém notar que não aponta os mais significativos.

Para mais, li isto na página 561:
Como fontes para as citações bíblicas recorri à “Bíblia Sagrada”, edição lançada pela Verbo em 1976 para comemorar a visita do papa João Paulo II a Portugal nesse ano, e baseada nas melhores traduções dos mais antigos manuscritos em grego ao dispor do Vaticano.
Ora aqui há pelo menos dois erros. Em 1976 o papa era Paulo VI. Wojtyla estava em Cracóvia e só seria eleito em Outubro de 1978. E só veio a Portugal, pela primeira vez, em 1982.

Se é a edição da Verbo em que estou a pensar, uma de capas vermelhas (imagem acima), é interessante pelas gravuras, mas não pelo rigor científico. A mais recente dos capuchinhos (Difusora Bíblica) é bem melhor.

Por outro lado, qualquer Bíblia com pretensões de rigor científico, hoje, é traduzida de manuscritos gregos (NT e alguns livros do AT), hebraicos (AT) e aramaicos (versículos e capítulos do AT), as três línguas bíblicas, e não somente do grego.

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