Continuo a não concordar com a falta de referências ao Povo de Deus nos últimos anos. Basta ler a Exortação Apostólica "Verbum Domini" para vermos mais de 20 utilizações da expressão Povo de Deus, no seu sentido bíblico, mas também eclesiológico.
Além disso, considero que a questão central na “Lumen Gentium” não é o Povo de Deus, mas a Igreja como Sacramento Universal da Salvação. Esta realidade está estreitamente relacionada com o Povo de Deus, sim, pois este é o sujeito da Igreja, de cuja cabeça é Cristo, na unidade com o Pai e com o Espírito Santo. «Objecto da Constituição: a Igreja como sacramento» - aparece como título do ponto 1 da mesma. Na verdade, penso que a argumentação de Comblin vai ao encontro da falta de atenção e consideração que por vezes o Vaticano parece atribuir aos leigos ou a algum clero... Porém, só posso discordar, mesmo que me indiquem este ou aquele caso particular. Uma perspectiva demasiado "suspeita" sobre a Igreja traduz-se numa argumentação da "suspeita". Já uma perspectiva teológica transpõe os argumentos para uma outra lógica. Veja, por exemplo, o livro de Domingos Terra,sj: “O Sentido da Fé”, que contém uma análise cuidada deste assunto. Aqui tem uns excertos.
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