Tomás de Campanela nasceu no dia 5 de Setembro de 1568, em Stigano, Itália, e morreu no dia 21 de Maio de 1639, em Paris. Frade dominicano, teólogo e filósofo, esteve várias vezes preso por suspeitas de heresia, sem condenação. Uma das temporadas na prisão durou 27 anos, em Nápoles. Acabou por ir para França, onde foi acolhido por Richilieu.
Campanela escreveu "A Cidade do Sol" (está publicado em português pela antiga Guimarães), a descrição de uma cidade utópica, à maneira de Tomás Moro ("Utopia") e Platão ("República"). Logo no início diz-se que a Cidade do Sol...
...foi construída de tal forma que, se alguém, em combate, ganhasse o primeiro recinto, precisaria do dobro das forças para superar o segundo, do triplo para o terceiro, e, assim, num contínuo multiplicar de esforços e de trabalhos, para transpor os seguintes. Por essa razão, quem se propusesse expugná-la precisaria recomeçar sete vezes a empresa. Considero, porém, humanamente impossível conquistar apenas o primeiro recinto, de tal maneira é ele extenso, munido de terraplenos e guarnecido de defesas de toda sorte, torres, fossas e máquinas guerreiras. Assim é que, tendo eu entrado pela porta que dá para o setentrião (toda coberta de ferro e fabricada de modo que pode ser levantada e abaixada, fechando-se com toda a facilidade e com plena segurança, graças à arte maravilhosa com que as suas engrenagens se adaptam às aberturas dos possantes umbrais), o que primeiro me despertou a atenção foi o intervalo formado por uma planície de setenta passos de extensão e situada entre a primeira e a segunda muralhas. Distinguem-se, daí, os grandiosos palácios que, de tão unidos uns aos outros, ao longo da muralha do segundo círculo, parecem mais um só edifício. A meia altura desses palácios, vêem-se surgir, de fora para dentro do círculo, várias arcadas com galerias superiores, sustentadas por elegantes colunas e circundando quase toda a parte inferior do pórtico, à maneira dos peristilos ou dos claustros religiosos.A obra pode ser lida on-line, aqui.
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