Por estes dias, vários têm vindo dizer que Jesus era judeu. E parece que até há uma nova questão judaica com o Papa a dizer (ou melhor, os resumos dizem que disse) que iliba os judeus da morte de Jesus.
Anselmo Borges, no texto de hoje, também fala do assunto: “Quantos cristãos se lembram de que Jesus era judeu e de que os primeiros discípulos também?” Na realidade, muitos ainda o representam como um jovem loiro de olhos azuis. Ao contrário do que se diz, Jesus, com trinta e tais anos, não morreu jovem. Nem sequer havia jovens na época. Mataram-no com a idade de muitos avôs da altura.
Pensava que a questão da judaicidade de Jesus era no mínimo disparatada. Por isso já aqui há dias apontei a idiotia de Stewart Chamberlain, que escreveu: “Todo aquele que defende que Jesus Cristo era judeu, é ignorante ou desonesto”.
E por isso é bom voltar de vez em quando ao Jesus BBC – a reconstituição meramente sugestiva que a BBC há anos mandou fazer a partir de um crânio da Palestina do séc. I. É irrelevante a imagem que Jesus teria mesmo (há toda uma teologia e prática sobre o outro ser a imagem de Deus). Mas por isso mesmo não deve ser adocicada.
O que interessa é mesmo Jesus. “O modelo de vida cristão é pura e simplesmente Jesus de Nazaré como o Messias, o Cristo, o Ungido e Enviado de Deus. Na vida e na morte, o fundamento da autêntica espiritualidade cristã é Jesus Cristo, um desafio vivo para a nossa relação com os homens e com o próprio Deus” (…), escreve Anselmo Borges.
Às vezes parece que isto fica esquecido, mesmo em discursos dos mais altos responsáveis da Igreja - o que constitui uma crítica terrível.
1 comentário:
acho que faltou uma coisa; ele estar com kipá num é não.
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