terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Sinceridade sem reticência na Igreja


Hans Kung recebeu há dias um doutoramento honoris causa em Espanha – facto que foi interpretado como a reparação de uma injustiça, já que tem no currículo 17 doutoramentos do género, nenhum em Espanha, tendo em conta o que tem feito pela causa do conhecimento e diálogo entre religiões e pela promoção da ética comum para a paz. Por outros caminhos e afazeres, dei com este trecho de Kung que não resisto a citar:

«O que é o cristianismo»? Um tal pergunta requer uma sinceridade sem reticência. Semelhante sinceridade não deixarei que ma proíbam, nem sequer Henri de Lubac, apesar de toda a estima pessoa que lhe dedico, pois após a minha conferência sobre «a sinceridade na Igreja», por ocasião do Concílio Vaticano II, disse-me ele em São Pedro de Roma: «Não se fala assim da Igreja. De qualquer modo, é nossa mãe!» Mas Eugen Drewermann. Entre outros, procedeu desde então a uma análise radical do complexo da mãe em numerosos clérigos. E três decénios depois do concílio, o que é feito de tantos belos «sonhos» de Igreja? Contudo, tanto quanto a sinceridade, devemos igualmente justiça e honestidade face à Igreja e ao cristianismo.
Hans Kung na pág. 18-19 de “O Cristianismo. Essência e História” (Circulo de Leitores, 2002).

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