"Vender o Vaticano para acabar com a fome?" Quando vi este título do jornal “O Diabo”, pensei: “«O Diabo» quer vender o Vaticano”. Mas afinal é exactamente o contrário. «O Diabo» acha diabólica a ideia da venda do Vaticano.
Mas não sabia e fiquei a saber que corre uma petição para a venda o Vaticano para acabar com a fome. Só não percebo é por que é que há-de ser sempre a venda do Vaticano que há-de acabar com a fome. Por que não a do Louvre, que tem mais arte e uma boa parte dela chegou lá pelo roubo e pela pilhagem? Ou a do British Museum? Ou a venda completa da cidade de Florença?
É claro que nenhuma dessas vendas resolveria a fome do mundo. Aliás, as receitas dos museus do Vaticano contribuem para algum alívio da fome das comunidades onde trabalham missionários cristãos.
Mas já houve um Papa que pensou em vender bens do Vaticano para ir acabando com algumas fomes e de caminho acabar com a lengalenga de o Vaticano ser muito rico – o que resolveria muito pouco da fome, mas poderia ser um sinal: Paulo VI, que vendeu a tiara e deu o dinheiro que recebeu.
O Papa Montini pensou em ir mais longe e contactou um negociante de arte, judeu, com a ideia de vender peças para fins caritativos. Li isto numa revista, na recensão a um livro, mas infelizmente não me lembro do nome do negociante nem do livro. E perdi a revista. Sei que o nome do "marchand" terminava em “berg”. De tempos a tempos recorro ao Google, mas ainda não encontrei nada de relevante. Mas lembro-me muito bem da nega que o negociante deu ao Papa: “Mas Vossa Santidade quer que eu seja o novo Judas?”
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