terça-feira, 7 de dezembro de 2010

João Paulo II ainda vai ser santo?

Na "Visão" da semana passada (2 de Dezembro), um texto sobre o postulador da causa de João Paulo II (que fez um périplo por vários jornais e revistas). Confesso que sempre me incomodou um pouco que tenha de haver milagres para que uma pessoa seja declarada santa. Se o milagre é de Deus, a "coisa" está dependente de Deus. É bem de ver. O tal "selo". Mas Deus é livre para fazer milagres.

Não chega a atestação meramente humana? O Padre Américo, português, por exemplo, não é santo. Porquê? Porque não há suficiente dinheiro a impulsionar a causa, isto é, a pôr gente à procura de um milagre ou, talvez, a promover a popularidade do Pai Américo para que se lembrem de invocá-lo nas aflições...

Em relação aos milagres, há sempre uma objecção de base que não afecta a fé em Deus (porque é fé), mas afecta a fé no milagre. Os milagres são sempre coisas contra as leis físicas, mas só até certo ponto. No fundo, nunca são verdadeiros milagres. Não há milagres impossíveis. Não crescem braços em amputados, por exemplo. Talvez a teologia católica clássica já tenha resolvido essa objecção. De qualquer forma, dever-se-ia evitar a maçada de ter que encontrar um milagre atribuído à intercessão do santo.

Em relação a João Paulo II, de todo o modo, há algumas objecções fortes. O imbróglio do Banco Ambrosiano nunca foi bem explicado. E do Banco do Vaticano (IOR) ainda persiste. E há também a questão dos Legionários de Cristo. Dinheiro e sexo. Desde 2000 que se sabe que o fundador tinha vida dupla. E nada se fez até Bento XVI.


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