Chet Raymo
Diz o padre filósofo que tomou a escala de Leonardo Boff. Julgo que a li em "Cosmos", de Carl Sagan, mas não tenho a certeza que seja do divulgador norte-americano. De Boff não é de certeza.
Uma comparação do género, mas até mais curiosa, vem no livro de Chet Raymo, que citei aqui por causa de uma história de Elsa e Albert Einstein. Chet Raymo, que teve educação católica, nos dominicanos dos EUA, mas que se considera actualmente um católico agnóstico, seja lá o que isso for, escreve a propósito dos fundamentalistas, que interpretam a a criação bíblica à letra, e de muitos americanos que acham que o mundo tem cerca de 10 000 anos de existência:
"Num curso de Ciências da Terra que dou na universidade Stonehill, peço aos alunos que façam uma linha cronológica da história da Terra. Uma jovens imaginativa voltou paraa aula com um novelo do tamanho de um melão. Cada 30 cm de fio representavam 10 milhões de anos. As grandes eras geológicas – pré-câmbrica, paleozóica, mesozóica e cenozóica – estavam representadas por diferentes cores de fio e atados a este estavam botões multicoloridos relacionados com importantes acontecimentos da história da Terra, descritos numa folha de papel anexa. Não havia espaço suficiente para desenrolar o novelo na sala de aula, pelo que o levámos lá para fora, para o pátio da universidade. Quando o fio ficou totalmente desenrolado, media cerca de 140 metros – o comprimento de um campo de futebol e meio – que representavam 4,5 mil milhões de anos de história da Terra. Eu fiquei com a turma numa extremidade do fio – o presente – e olhei para a outra ponta, onde um aluno, solitário e distantes, se encontrava na época do nascimento da Terra. Foi uma demonstração impressionante da imensidão do tempo geológico. Nesta mesma escala, os 10 000 anos da idade da Terra, segundo quase metade dos americanos, equivalem aproximadamente à espessura de uma folha de papel" (Chet Raymo, “Cépticos e Crentes”, ed. Âncora, pág. 98-99).
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