O Nobel da Literatura do próximo ano – estou a referir-me, é claro, a Philip Roth, que enquanto não o receber é sempre o candidato mais apontado para recebê-lo no ano seguinte – vai publicar o 31.º romance. Chama-se “Nemesis”. Tem o nome da deusa grega que combate tudo o que é excessivo, diz o “Ípsilon”. Quase uma deusa da vingança. Estraga a felicidade.
Ora, diz o mesmo jornal-revista, e isto é que me interessa: “Como noutros livros, a negociação entre a culpa e o livre arbítrio ocupa o essencial da narrativa, em que o escritor reflecte longamente sobre o papel de Deus na história dos homens. A imprensa que já leu o livro fala de uma exploração rara e directa desse driblar de culpas entre o homem e Deus, assegurando que «Nemesis» permite imaginar que Roth encerra aqui um conjunto de abordagens e temáticas”.
Só li dois livros de Roth (e vi um filme baseado noutro, “A Mancha Humana”), mas Roth não engana. É judeu. E, como todos os judeus que pensam, tem contas a ajustar com Deus. (Alguém disse que para os judeus o perdão não conta – isso é dos cristãos -, só a culpa). Ele sente-se como Job. Se receber o Nobel será que passa?
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