Newman descreve as influências na sua educação, como cresce a sua consciência religiosa, o que escreveu e porquê, a aproximação à Igreja Católica (por via da história e principalmente dos Padres da Igreja – teólogos dos primeiros séculos), mas também o ambiente cultural da Inglaterra e da Igreja anglicana do séc. XIX e até uma defesa contra o que pensavam alguns católicos.
Uma frase: “Desde que sou católico, já me têm por vezes acusado de relutância em fazer conversões; e os protestantes têm deduzido, do facto, que não tenho muita pressa de as fazer. Agir de modo diferente seria contrário à minha maneira de ser; mas, além disso, seria esquecer as lições que recebi na experiência das minha história passada” (pág. 147).
2. “Ensaio a favor de uma Gramática do Assentimento”, de 1870, publicado em português pela Assírio & Alvim, em 2005, é um estudo sobre a aquisição da certeza no conhecimento religioso e teológico, uma espécie de introdução à lógica religiosa que não descura a razão, por quem “aderiu a um realismo ontológico, sereno e crítico”, segundo expressão de Artur Mourão, que escreve na introdução a esta obra que Newman é “uma glória das duas Igrejas, um herói do pensamento cristão e um dos grandes mestres da língua inglesa na prosa, na oratória e sobretudo na controvérsia”.
Na contracapa, Joseph Ratzinger, que hoje como Bento XVI presidiu à beatificação (notícia aqui), conta que quando em 1947 continuou os seus estudos em Munique encontrou “no professor de Teologia Fundamental um culto e apaixonado seguidor de Newman” que lhe deu a conhecer a “Gramática do Assentimento”. E remata: “Com isto ele pôs nas nossas mãos a chave para inserir na teologia um pensamento histórico, ou melhor: ele ensinou-nos a pensar historicamente a teologia, e precisamente desta forma, a reconhecer a identidade da fé em todas as suas mutações”.
Sem comentários:
Enviar um comentário