Crónica de Bento Domingues no Público de 19 de Setembro. A pretexto de um livro de livro de Fabrice Hadjadj recém-publicado em português, do qual se afirma que requer uma leitura integral e não saltitante (Oliveira Martins insistiu), o dominicano diz que há “confusões” e “lugares-comuns não criticados, em torno da chamada moral sexual da Igreja”. Nas palavras de Hadjadj: “Qualifica-se sempre de tabu aquilo de que se tagarela sem restrições, remete-se para o inconsciente o que se divulga nos quiosques”.
Bento Domingues diz que o autor francês de nome árabe, judeu de nascimento e católico por conversão, é contra o “chamado neognosticismo”, que gera “deboche e castração”, e termina com uma afirmação que não sei bem o que quer dizer: “Os sexos, relativos entre si, na sua profundidade, podem viver, na carne cheia de espírito e no espírito incarnado, a resistência a todas as tentativas técnicas ou pseudo-espirituais do pós-humano”. As perguntas a que gostava que respondesse, para me esclarecer, são estas: Onde está o neognosticismo? Dentro ou fora da Igreja? Nos dois espaços? Onde estão as formas de castração? Dentro ou fora da Igreja? (O deboche só devia estar fora da Igreja). O que é tentativa técnica do pós-humano: reprodução sem sexualidade? Sexualidade sem humano? E o que é tentativa pseudo-espiritual do pós-humano? E o que é pós-humano? É pós-uma-certa-ideia-de-ser-humano ou também pode ser pós-esta-vida? Há vivências da sexualidade preconizadas pela Igreja que se enquadram no pós-humano?
A crónica de 13 de Junho referida no texto de Bento Domingues de hoje ser lida aqui.
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