Um aluno de Teologia escreveu num exame que, "para Lutero, o ser humano está sempre na fossa". O professor contou na aula e a turma riu. Mas era, simplificado, o que Lutero pensava da condição humana: sem redenção possível a não ser pela imerecida graça de Deus. (E os católicos, no fundo, também acham que assim é. A declaração teológica sobre a justificação foi assinada no final de 1999).
Mas há dias apareceu esta frase no "Público", naquele cantinho das citações, que eu nunca imaginaria na boca de Lutero:
Se não se pode rir no céu, não quero ir para lá.
Martinho prefere ficar onde está, mesmo na fossa, se não puder rir no céu - e dançar, acrescenta Nietzsche, que em vida deve ter dançado pouco. Terá Lutero rido a bandeiras despregadas quando andava por cá?
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