Ruínas da Abadia de Lindores, na Escócia, onde se destilava whisky
No “Exchequer Rolls” [suponho que seja uma espécie de inventário do Tesouro ou das Finanças na Escócia] de 1494–95, vol X, p. 487, diz-se: “Ao monge John Cor, por ordem do Rei, para fazer oito «bolls» de aqua vitae de malte”. Não sei como se traduz «bolls», mas leio que corresponde a 140 libras. Sendo a libra equivalente a 453 gramas, temos que o rei James IV (ou Jaime) pediu ao monge João qualquer coisa como 507 litros de “água da vida”, isto é whisky (se um "boll" leva cerca de 63 litros, talvez possa traduzir-se por “barril”).
John Cor era monge (será mais correcto do que frade) da abadia de Lindores, na Escócia. Trata-se de uma casa da Ordem de Tiro, que surgiu em França, em 1109, perto de Chartres. Os monges desta ordem eram os “cinzentos”, por causa do hábito que trajavam (os beneditinos ainda são os “negros”; os cistercienses, os “brancos”).
Surgida em França, a ordem rapidamente se propagou para o norte: Inglaterra, Irlanda, Gales e Escócia, desaparecendo com a reforma anglicana (na Inglaterra) e protestante (na Escócia). Em França, foram reintegrados noutra derivação da ordem beneditina.
Curioso é que uma das abadias escocesas desta ordem, a de Kilwinning, está na origem da maçonaria escocesa.
Terão os monges criado a maçonaria sob a influência do whisky?
2 comentários:
História e informação genial... tenho no meu quarto em estante de destaque um garrafa de 12 years - CARDHU, esperando o pretexto e a causa... quando o degustar vou lembrar esta "histórinha"... como papa permitiria a celebrar da santa missa com whisky, chã, suco de frutas, vinho do porto/madeira... seria heresia!?
Se é Cardhu, é muito bom. Não sou apreciador de whisky, mas esse é, na verdade, o único que bebo com (algum) gosto.
Enviar um comentário