Pedro Lomba escreve hoje na última página do “Público” um texto de opinião sobre o inverno demográfico na Europa, a “mãe das crises”. “Consultando as estatísticas ficamos inteirados da boa nova: a longo prazo, não estaremos mortos. Estaremos extintos”.
O cronista, jurista, a par da baixa taxa de reprodução dos europeus refere o ritmo imparável das taxas de fertilidade dos muçulmanos, mesmo dentro da Europa. Diz que os muçulmanos conservam os seus hábitos religiosos e rejeitam o secularismo ocidental - o que levará à "arabização da Europa" (talvez fosse mais correcto dizer islamização...).
O último parágrafo: “O historiador inglês Arnold Toynbee escreveu há muito tempo: «As civilizações morrem por suicídio, não por assassinato». E é mesmo certo na história das grandes civilizações que a seguir à decadência vem a extinção. A crise demográfica é a mãe das nossas crises”.
Pedro Lomba não chega a afirmar directamente que o secularismo é a causa da baixa taxa de natalidade europeia, mas a pergunta impõe-se: a secularização leva à extinção? O bem-estar para que sim, leva.
Mas há sociedades de bem-estar onde a secularização é menor, onde a religião têm mais presença pública (mesmo em regime de separação, como nos EUA), e a crise demográfica se sente menos. Talvez o factor decisivo não seja o bem-estar, mas antes o secularismo. Outra forma de fazer a mesma pergunta da secularização/secularismo: "Quem não acredita no céu reproduz-se menos na Terra?"
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