Imagem da Guerra Civil de Espanha. Milicianos parodiam com vestes litúrgicas
Ferreira Fernandes, no DN de hoje escreve sobre o anticlericalismo na I República, aqui. Diz, por exemplo, que o anticlericalismo já existia em sectores liberais de facções monárquicas, o que não é propriamente novidade. Basta passar pelo Largo da Portagem, em Coimbra, e perguntar por de quem é a estátua que lá está. Os transeuntes costumam saber que é do “Mata-Frades”, o monárquico Joaquim António de Aguiar.
Afirma também que João Seabra, no já citado O Estado e a Igreja em Portugal..., faz um balanço notoriamente doloroso para um padre conservador: nos 80 anos de Monarquia Liberal que antecederam a República, poucos reis foram homens de fé. "D. Pedro IV era um incrédulo, o catolicismo de D. Maria (...) era mais formal do que piedoso, e D. Fernando II era um céptico; D. Luís e D. Maria Pia de Sabóia, e seu filho D. Carlos, [nunca estiveram] acima de um formalismo religioso sem fervor, e nalgum caso sem fé..." Restam, pois, D. Pedro V merecedor de um "talvez" e D. Manuel II "de fé sincera e amor à Igreja". Em todo o caso, os reinados destes dois somam 11 anos, período curto para contrabalançar tantas décadas de ataques à Igreja.
Refere também o caso “Sara de Matos” (a que há dias Helena Matos aludira, aqui) e outros igualmente curiosos como a invasão de um convento, na Rua do Quelhas, por uma patrulha de marinheiros, devido às "bombas de dinamite" atiradas por "jesuítas".
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