Constantino no Museu Capitolino, Roma
O imperador Constantino, santo para os ortodoxos (os do Oriente), mas apenas “o Grande” para os latinos (os Ocidente), morreu no dia 22 de Maio de 337. Nasceu em 272, foi co-imperador com Licínio, de 306 a 324, e imperador único, de 324 a 337. O seu nome completo era César Flávio Valério Aurélio Constantino Augusto.
Constantino tem grande importância para o cristianismo por dois ou três motivos. Deu a liberdade de religião aos cristãos através do Édito de Milão (313), ao contrário do antecessor Diocleciano, que promoveu das perseguições mais duras. E convocou o Concílio de Niceia, há dias aqui lembrado. Foi, por fim, o primeiro imperador cristão. Mas só se baptizou perto da morte.
Tem-se tido (é a tese de Dan Brown no “Código da Vinci” e de seitas como as Testemunhas de Jeová) que Constantino é pai do cristianismo de tradição católica. Tal tese fundamenta-se nos relatos do historiador eclesiástico Eusébio de Cesareia, que na sua “História da Igreja” dá grande destaque à influência de Constantino no Concílio de Niceia. Na realidade, tanto Eusébio como Constantino eram simpatizantes do arianismo – a heresia derrotada em Niceia. Por outros escritos, tais como os de Atanásio de Alexandria, sabe-se que a influência de Constantino foi residual e que o ressentimento da derrota conciliar levou a que Atanásio e outros fossem perseguidos pelo imperador no pós-concílio. Outro sinal do arianismo de Constantino ficou patente com o baptismo, que só aconteceu após a Páscoa de 337 (o imperador morreria no dia de Pentecostes, isto é, 50 dias após a Páscoa). Constantino escolheu como ministro do baptismo um outro Eusébio, o bispo de Nicomédia, que após o Concílio (por volta de 328) tinha dado protecção nem mais nem menos que ao padre Ario.
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