quarta-feira, 14 de abril de 2010

Os pecados da Igreja, pelo teólogo Ratzinger

Texto do professor Ratzinger, sobre a santidade e os pecados da Igreja. Publicado em 1968.

Os séculos de história da Igreja estão tão cheios de todo o tipo de falhas que até podemos compreender a visão horrenda de Dante, que viu sentada no carro da Igreja a meretriz da Babilónia, ou julgar compreensíveis as terríveis palavras do bispo de Paris, Guilherme de Auvérnia, que no século XIII achava que qualquer um devia ficar horrorizado diante da selvajaria reinante na Igreja: «Já não é uma noiva, mas antes um monstro terrivelmente deformado e feroz […]» (…)

Confesso que, para mim, essa santidade imperfeita da Igreja é um consolo infinito. Não deveríamos desesperar diante de uma santidade que fosse imaculada e que só pudesse manifestar-se julgando-nos e queimando-nos? (…)

Uma porta que se fecha com estrondo pode até transformar-se num sinal para despertar aqueles que se encontram dentro de casa. Mas é uma ilusão imaginar que se pode construir mais no isolamento do que na cooperação, assim como é uma ilusão pensar numa Igreja dos «santos» em vez de uma «Igreja santa», que é santa porque nela o Senhor distribui o dom da santidade imerecida.

Joseph Ratzinger, in “Introdução ao Cristianismo”, pág. 248-252. Edição original de 1968.

Sem comentários:

Só há doze bispos no mundo. São todos homens e judeus

No início de novembro este meu texto foi publicado na Ecclesia. Do meu ponto de vista, esta é a questão mais importante que a Igreja tem de ...