Lamennais (1782-1854), ordenado padre em 1816, começou por ser ultramontano (adepto do poder papal quando na França o poder político se opunha à influência de Roma, que vinha do lado de lá dos montes), mas tornou-se mais tarde propagador de um do catolicismo liberal, social, democrata, até.
Em 1830 fundou com Montalembert e Lacordaire o jornal “L’Avenir” (“O futuro”), defendendo a separação Igreja/estado e a liberdade de consciência, de imprensa e de religião. Estava mais de cem anos à frente do tempo eclesial.
Em 1831 zanga-se com o Papa Gregório XVI porque este não apoia o levantamento popular na Polónia. Lamennais achava que o Papa devia estar ao lado do povo e não dos príncipes. O Papa responde com a célebre encíclica “Mirari vos”, que condena as ideias do francês, embora não o nomeie.
A ruptura com a Igreja dá-se, no entanto, em 1834, com a publicação de “Paroles d’un croyant” (“Palavras de um crente”). A obra condenada pela encíclica “Singulari nos”, de 25 de Junho de 1834.
Em Paris, apoiantes de Lamennais lêem pela rua excertos da obra: “Jeune soldat, où vas-tu ? Je vais combattre contre les hommes iniques, pour ceux qu'ils reversent et foulent aux pieds, contre les maîtres pour les esclaves, contre les tyrans pour la liberté ; que tes armes soient bénies, jeune soldat!”
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