"Se eu tivesse de pedir a Deus um dom, um único dom, um presente celeste, creio que não hesitaria em pedir a suprema arte do sorriso. É o que mais invejo em algumas pessoas. É, penso eu, o cúmulo das expressões humanas.
Falo dos sorrisos que se levantam de uma alma iluminada, que aparecem como o estalar de um relâmpago na noite, como o que vimos ao ver uma corça a correr, ou o que produz em nossos ouvidos o murmúrio de uma fonte num bosque solitário, ou os sorrisos que milagrosamente vemos despontar no roto de um menino de oito meses, e que algumas pessoas – pouquíssimas – conseguem conservar toda a vida.
Todo o sorriso tem alguma coisa da transparência de Deus, da grande paz. Por isso me atrevi a intitular este comentário «o sacramento do sorriso». Porque é sinal visível de que a nossa alma está aberta de par em par".
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