“O mundo, à falta de verdade, está cheio de opiniões”, disse Fernando Pessoa e com certeza que Bento XVI subscreveria a frase, ou não tivesse escrito uma encíclica tendo como título “A Caridade na Verdade” e não a “A Verdade na Caridade” - expressão que tantas vezes foi usada para enfraquecer a verdade. Geralmente.
Que o mundo está cheio de opiniões, é certo. Umas mais disparatadas do que outras. Hoje, no “24 Horas”, uma teóloga diz que Jesus era “gay”. A fundamentação de Myra Poole até é interessante, ainda que errada: “Porque era da natureza de Cristo escolher aquilo que seria mais difícil quando se tornou humano”. Errada, porque podia ter nascido mulher. Era uma condição bem mais difícil do que a de homem, quando os judeus da época rezavam: “Obrigado, Senhor, porque não me criaste nem estrangeiro, nem cão, nem mulher”. As mulheres rezavam: “Obrigado, Senhor, porque me criaste segundo a tua vontade”.
De resto, e seria bom que tivéssemos ideias claras sobre o assunto, se é que é possível, de Jesus Cristo não podemos dizer com certeza se era “gay” (poderia ser desde que não assumisse publicamente), heterossexual, casado, com filhos, viúvo... Não quererá isto significar algo? Que a condição sexual dos crentes é mais ou menos irrelevante para o Reino de Deus, por exemplo.
Até São Paulo disse, sobre casar ou não casar: "Quanto a isso, o Senhor nada nos deixou..."
3 comentários:
Caro Jorge,
pode por favor explicar que quer dizer com isto.
Quanto à opinião da teóloga, com todo o respeito pela senhora, acho que os Evangelhos não nos dão assim de pronto que Jesus escolhia porque sim o mais difícil. Era coerente com a verdade. Mas não escolhia por ser dificil. Isso seria uma aberração.
Quanto à sexualidade de Jesus, os mesmos Eangelhos não referem nada. E acho que está bem assim. Fosse qual fosse não era/é o essencial.
peço desculpa. Era esta frase:
"(podia ser desde que não assumisse publicamente)"
No post que escrevi hoje, julgo que que esclareço a frase entre parênteses.
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