Às 9h50 de 30 de Novembro de 1900, Oscar Wilde morreu em Paris. De meningite. Nasceu em Dublin, em 1854, e foi criado numa família protestante, mas quis morrer católico. No leito da morte, assistiu-o o padre Cuthbert Dunne, que lhe administrou o Baptismo e a Extrema Unção, como contaria Robert Ross (“Robbie”), que vivia com o escritor, numa carta de 14 de Dezembro de 1900.
Oscar Wilde foi sepultado num cemitério fora de Paris e mais tarde trasladado para o Père Lachaise. O túmulo, feito pelo escultor Jacob Epstein, está cheio de marcas de batom de beijos (bem perto fica o de Jim Morrison, dos Doors, que está cheio de pontas de cigarro, mortalhas e afins).
A conversão de Wilde é algo surpreendente, no entanto, vinha de longe o interesse pela Igreja Católica. Oscar Wilde encontrou-se com Pio IX em 1877 e dizia da Igreja Católica: “É para santos e pecadores – para pessoas respeitáveis, chega a Igreja Anglicana”. E durante a prisão (1895-1897) leu obras de Agostinho, Dante e John Henry Newman (1801-1890), o cardeal cujo processo de beatificação está em curso e de quem se diz ter sido homossexual (houve polémica em Inglaterra, há poucos meses, por causa disso).
Em Julho de 2009, o L’Osservatore Romano, abordando um estudo sobre Wilde, disse que o autor de “De profundis” e “Retrato de Dorian Gray” foi “uma das personalidades do século XIX que mais lucidamente analisaram o mundo moderno seus aspectos mais perturbantes e mais positivos”.
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