segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Erri de Luca ao Ípsilon

Erri de Luca (clicando dá para ver a cor dos olhos)

No Ípsilon do dia 6 de Novembro, António Marujo entrevistou Erri de Luca. “O autor de «Montedidio» esteve em Lisboa para explicar que a felicidade não é um passeio e para dizer por que mastiga a Bíblia como caroços de azeitona”, lê-se na abertura. A entrevista não está on-line, tanto quanto sei (haverá alguém que leia a versão em papel capaz de se entender no Ípsilon on-line?).

O que diz Erri de Luca:

- Estudo do hebraico “Acordo todos os dias estudando o hebraico antigo. Não sou crente. Tenho necessidade disso para despertar, como algo que acompanha o café, para forçar a caixa fechada do meu crânio”.

- Leitura da Bíblia “As palavras [da Bíblia] que lia de manhã, quando trabalhava como operário, tinha-as como companhia para todo o resto do dia. Remastigava-as no trabalho das obras e fazia como se fosse um caroço de azeitona que me ficava na boca”.

- Um exemplo sobre as más traduções da Bíblia “No original hebraico, não está a condenação de Eva de parir com dor. A palavra hebraica é esforço, fadiga. Não é dor, porque ali não há intenção punitiva da divindade. Há apenas uma verificação. Àqueles dois, que comeram da árvore do conhecimento do bem e do mal e que se encontraram nus, diz: «Vocês tornaram-se outra coisa, não pertencem já a nenhuma espécie animal; nenhuma espécie animal sabe que está nua; aconteceu uma mudança total»”.

- Sobre o livro “Penúltimas notícias sobre Jesus”, recentemente publicado em Itália “São todas tomadas as histórias do Novo Testamento, do evangelho. São penúltimas porque as últimas, as respeitantes ao seu regresso, ao cumprimento da promessa, essas estão em suspenso. O cristianismo vive num intervalo entre o núncio do fim, deito por Jesus, e o cumprimento deste anúncio. São dois mil anos de intervalo, de tempo suplementar”.

- Sobre o Jesus daquele livro “É um Jesus em carne e osso, um Jesus ainda vivo, que está um tempo na oficina de carpinteiro do seu pai, até começar a sua missão. Vive num território ocupado militarmente por uma nação hostil, a maior potência militar. E pode dizer «dai a César o que é de César», porque nada naquela moeda tem poder sobre o mundo. Por isso, é uma figura em carne e osso. Um hebreu daquele tempo”.

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