domingo, 18 de outubro de 2009

Inspirações - 4

De vez em quando aponto aqui as referências religiosas na imprensa escrita. Isto não tem qualquer pretensão académica. Mas parece-me que seria possível um estudo sobre as expressões de origem bíblica que se usam na linguagem escrita, ou sobre as expressões de cariz religioso… Haverá algum fio condutor para este uso? É irónico? É cómico? Conotativo? Denotativo? Na política? No desporto? Na economia? Na cultura? Só aponto. E claro que é um apontamento muito limitado, feito ao sabor da acumulação de três ou quatro recortes de frases que saltam à vista. De vez em quando atiro-as para o blogue.

Fátima Missionária - 1
“Louçã ainda não consegue disfarçar o uso e abuso da guilhotina retórica, mesmo que cite a «Fátima Missionária»”. José Adelino Maltez (Público, 12-09-2009)

Graça Divina
“Não nos presumimos detentores absolutos da verdade com V maiúsculo como se fosse uma graça divina ou uma patente registada”. José Sócrates (Público, 07-09-2009)

Fátima Missionária - 2
“O PCP e o BE procuram mostrar que não são comunistas nem totalitários. Para o efeito, Louçã cita «Fátima Missionária» -, imagine-se a risota se tivesse sido Ferreira Leite ou Paulo Portas a referir tal leitura!” Helena Matos (Público, 24-09-2009)

Zelo religioso
“A campanha pela imortalidade do corpo toma rapidamente a forma das campanhas pela imortalidade da alma. (…) O zelo religioso conta o fumo, julga ele [Sócrates], compensará o óbvio fracasso do país. Punir os maus (…) é um método provado para exibir a virtude de quem manda”. Vasco Pulido Valente, num texto em que diz que alguns querem perseguir e até queimar na praça pública os que fumam. (Público, 09-10-2009)

Canonização
Rui Tavares, a propósito do Nobel da Paz atribuído a Obama, diz que se trata de “canonizar antes dos milagres”. Diz ainda que para Obama a questão Israel/Palestina devia ser prioritária. “Tratando-se da Terra Santa, mesmo o mais maníaco dos obamaníacos quer esperar para ver – e ver para crer” (Público, 12-10-2009).

Dúvida e crença
Numa altura em que ainda se duvidava que Maradona conseguisse levar a Argentina ao mundial, António Pedro Pereira escrevia uma crónica ironizando com a proximidade que Maradona diz ter de Deus (a célebre mão de Deus que marcou o golo à Inglaterra), a fé e a crença. “Até a igreja, a igreja do culto maradoniano tem dúvidas. Mas são as dúvidas que fortalecem o carácter de quem acredita” (Diário de Notícias, 09-10-2009).

Sem comentários:

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