Ernst Bloch
Anselmo Borges, no artigo do DN de hoje, também fala de “Caim e Saramago”. Do gosto que teve em ler o livro. E das afirmações de "ignorância arrogante" do Nobel (texto aqui).
Realço o que diz de Ernst Bloch, “um dos grandes filósofos do séc. XX”, “também ele ateu e marxista, mas conhecedor da Bíblia”.
«Professor na Universidade de Leipzig, na então República Democrática Alemã, teve problemas com o regime comunista, vindo assim para Tubinga, precisamente porque chamava a atenção para a importância da Bíblia. Sem a Bíblia, “o livro mais significativo da literatura mundial”, não podemos compreender as catedrais, a Idade Média, Dante, Rembrandt, Händel, Bach. Sim, que se entende então verdadeiramente? Sem ela, não se entende a cultura alemã, a Missa solemnis de Beethoven, nenhum Requiem, nada.
Para Bloch, há um duplo fio condutor na Bíblia: o sacerdotal, em que domina o deus opressor, dos senhores, e o profético-messiânico-apocalíptico, que anuncia o Reino de Deus, a herdar meta-religiosamente como Reino do Homem: “Esta vida no horizonte do futuro veio ao mundo pela Bíblia”».
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