Ainda há padres do deserto. Mas o texto de Alexandra Lucas Coelho, no Público (aqui), realça mais as dificuldades de viver na aridez (Caracolnet em vez de Internet, racionamento da água, o verão infernal e o inverno duro…) do que a descoberta espiritual, que também está presente. E não há “ditos dos padres do deserto”.
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Jean, 47 anos, “há 16 anos era carteiro em Zurique. Tinha inquietações espirituais. Passou pela new age, pelo aikido e pela Várzea de Sintra. Depois Escócia, Grécia, Chipre, Líbano, Jordânia. Uma longa história que não cabe aqui. Até que veio visitar o mosteiro. Voltou para ficar. Na noite de Páscoa de 1996 Paolo baptizou-o”.
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Paolo “percebeu que este era o lugar para os três votos: vida espiritual, trabalho manual e hospitalidade.
- A hospitalidade é realmente o nosso programa político. Só através dela pode ser conseguido um humanismo desenvolvido. Sem hospitalidade, a tentação do suicídio torna-se muito forte para mim, a vida torna-se insuportável. Porque estamos aqui? Pela hospitalidade. A prática do diálogo começa na curiosidade. Acreditar que o outro tem algo para oferecer.
E antes do almoço vai juntar lençóis usados, daqueles que vieram dormir por uma noite”.
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