Numa conversa à mesa, ouvi um bispo interpretar aquelas palavras do apóstolo Pedro – “A quem iremos? Só tu tens palavras de vida eterna” – num sentido incomum mas estimulante. Dizia o pastor que o cristianismo é uma conversa permanente. As palavras de vida eterna seriam essa conversação sem fim, as interpretações sucessivas, essa busca interminável, o caminho sempre a percorrer.
Lembrei-me dessa conversa sobre a conversação sem fim ao ler na mesma revista (Ípsilon, de ontem) que “procurar é metade do gozo” e que “o que interessa é a ideia da busca”. As afirmações são respectivamente do coleccionador de arte Charles Saatchi e do escritor Daniel Mendelsohn. Este último acrescenta: “Agrada-me escrever sobre procurar, e não tanto sobre o que se encontrou”.
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