Consumismo e a questão ecológica
Mas a CA chama a atenção para “problemas específicos” e “ameaças que se levantam no interior das economias mais avançadas”. O primeiro problema é o consumismo com os seus “estilos de vida objectivamente ilícitos e frequentemente prejudiciais à saúde física e espiritual”. João Paulo II nota que o sistema económico não tem critérios para classificar as necessidades humanas, pelo que é “urgente uma grande obra educativa e cultural” sobre o poder de escolha dos consumidores.
Outra ameaça é a questão ecológica, ligada ao consumismo: “A pessoa, tomada mais pelo desejo de ter e do prazer do que pelo ser e de crescer, consome de maneira excessiva e desordenada os recursos da Terra e da sua própria vida” (37).
Por muitos outros motivos (a empresa como comunidade de trabalho, o conhecimento como nova mercadoria, o papel do Estado…), esta encíclica mantém actualidade, mesmo com a saída da "Caritas in Veriate". Como todas, deve ler-se com atenção, tendo em conta que a Igreja “não tem modelos [económicos] a propor” (43), mas tem a obrigação de lembrar os valores que devem ser respeitados por todos e quaisquer modelos.
Imagem: Cartoon de Luís Afonso no Jornal de Negócios de 5 de Maio de 2008
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