No "Público" de hoje, uma afirmação de passagem, num texto sobre "A legitimidade perdida dos media", isto é, sobre as mudanças no mundo da informação, de Miguel Gaspar (na última página):
"Se olharmos mais para trás, recordaremos como as transformações sociais e culturais do Renascimento estão intimamente ligadas a Gutenberg - por causa da sua invenção, deixou de ser possível existir uma interpretação única da Bíblia. O resto da história é conhecido".
Acrescento esta afirmação com quase quinhentos anos:
"A impressão é o último dom de Deus e o maior. Por seu intermédio, Deus quer dar a conhecer a verdadeira Religião a toda a terra e expandi-la em todas as línguas. É a chama que brilha antes da extinção do mundo". Martinho Lutero (1483-1546).
Miguel Gaspar diz que o que está a acontecer hoje tem mais a ver com esse período do que com as mudanças introduzidas pela aparecimento da rádio e da televisão. Ele quer falar da informação e da política, mas não será de ignorar a transformação religiosa. A impressão mudou as impressões e as convicções. Hoje há novos mensageiros e, ainda não estou certo disso, novas mensagens.