Bento Domingues escreve no “Público” de hoje, na sua última crónica antes das férias, sobre a capacidade humana para resolver os problemas, a propósito do milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, desde que haja vontade política.
“Jesus Cristo não deixou nenhum método científico nem qualquer fórmula técnica para resolver os nossos problemas. Ninguém lhe peça, mesmo que seja muito católico, um programa de governo ou qualquer projecto de desenvolvimento.
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Os problemas não se resolvem com milagres. Estes podem ser, eventualmente, uma pedra no charco do fatalismo. Não são um método. A graça provoca a nossa responsabilidade, não a substitui. Não há falta de recursos. Há falta de sonho e de coração”.
Anselmo Borges, no DN de ontem (aqui), continuou a reflexão sobre a “Caritas in Veritate” (“A Caridade na Verdade”). E escreveu:
“O amor é o princípio de toda a acção humana individual e colectiva. Evidentemente, não pode existir sem a justiça, embora a supere. Mas o amor e a justiça têm de ser iluminados pela verdade, sendo esta luz da verdade simultaneamente a da razão e da fé.
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A partir deste fundamento, a encíclica, lembrando que "a Igreja, estando ao serviço de Deus, está ao serviço do mundo em termos de amor e de verdade", acusa os desvios e problemas dramáticos do desenvolvimento, ao mesmo tempo que avança com princípios e propostas".