É preciso reencontrar Deus: a própria Fonte, para além das ideologias e das escravizações de hoje. Reencontrar, em Deus, inspiração, verdade e liberdade, para além das armadilhas e feridas aqui na terra. Trata-se de reencontrar a unidade por meio da caridade. Reencontrar humildemente uma filosofia realista para além de filosofias excitantes, mas que nos afundam. Reencontrar, com a realidade da terra, a realidade última de Deus: verdadeiro pólo da nossa magnetização e do nosso amor. Numa palavra, reencontrar a Eucaristia, onde Deus, morto e ressuscitado por nós, Se dá a Si próprio em alimento, intimamente, orgânica e totalmente. É este o segredo do amor. O amor não cansa. Não passa. Ele respeita e vivifica todas as diferenças. O amor existe. Apesar do ritmo frenético das nossas existências, não esqueçamos de O reencontrar.
René Laurentin, “A Igreja do Futuro”, Edições Paulistas, pág. 283-284.