terça-feira, 16 de junho de 2009

As culpas da Igreja Católica no processo

O actor Virgílio Castelo, numa entrevista à revista “Plenitude”, que saiu com o “Público” no início de Junho de 2009, afirma a dado passo, ao responder a “quais são as ideias-chave [do livro que escreveu e que se intitula “O Último Navegador]”?:

“Diz, basicamente, que a culpa de isto funcionar mal não é de ninguém a não ser de nós próprios; a Igreja Católica tem culpas neste processo «até dizer chega»; as elites políticas saídas do 25 de Abril são incapazes; o País é governado por corporações e filtrado por jornalistas. É evidente que o livro foi votado ao silêncio”.

Li o resto da entrevista (quatro páginas) à procura de uma justificação da responsabilidade da Igreja Católica. Não encontrei. Mas li que o actor aceitava ser primeiro-ministro. “Uma legislatura bastaria para acabar com o País oficial e dar espaço ao País real”, afirma. Fiquei elucidado. Sugiro que no seu programa político recolha medidas contra a Igreja Católica. Uma inquisiçãozinha, pelo menos. É o mínimo que pode fazer para “dar espaço ao País real”. Por outro lado, uma reinterpretação da sua frase pode levar-nos a supor que ele se inclui na Igreja Católica (a culpa é “de nós”… “a IC tem culpas neste processo”…). Mas não me parece que seja isso que queira dizer.

Também li na mesma revista (que suponho ligada à IURD) que Virgílio Castelo quer escrever um livro sobre o amor (dentro de um ou dois anos) e outro sobre Deus (sem data). Entretanto, define Deus com estas palavras: “A possibilidade de tentarmos não nos enganar a nós próprios”. Parece-me bem. Deus tem muito a ver com acertamos nas nossas grandes opções. São Paulo dizia isto de outra maneira: “Feliz de quem não se condena a si mesmo, devido às decisões que toma” (Rm 14,22).

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No início de novembro este meu texto foi publicado na Ecclesia. Do meu ponto de vista, esta é a questão mais importante que a Igreja tem de ...